Para a "modernização, requalificação e expansão da infraestrutura ferroviária", o Orçamento do Estado para 2023 prevê um investimento de 1532 milhões de euros. A proposta prevê, aliás, "uma execução superior em 132% em 2023" do plano Ferrovia 2020, mas também um reforço de frotas.
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Olhando para a ferrovia como um "modo de mobilidade ambientalmente sustentável", o Orçamento do Estado para o próximo ano prevê uma verba de 1532 milhões de euros tanto para a expansão da infraestrutura ferroviária - incluindo as linhas de metro do Porto e de Lisboa já em obra -, mas também um reforço de frota (comboios e composições de metro).
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Para a ferrovia está, assim, para o próximo ano, previsto um investimento de 780 milhões de euros. Às redes de metropolitano - onde se insere também o metro do Mondego -, a verba calculada é de 564 milhões de euros. Quanto à renovação de frotas (para os metros de Lisboa e do Porto, comboios da CP e material circulante para o Mondego), está previsto um gasto de 188 milhões de euros.
Corredores ferroviários em obra
No que diz respeito à Rede Ferroviária Nacional, em particular aos investimentos já contratados ou em execução, a proposta do Orçamento do Estado para 2023 destaca a intervenção "em mais de 170 quilómetros de via" no corredor internacional sul, na qual está incluída "a nova linha entre Évora e a linha do leste", bem como "a modernização da linha de Vendas Novas e a intervenção na linha de Sines". Só estes trabalhos representam um investimento total de 558 milhões de euros, dos quais 234 milhões de euros serão executados no próximo ano.
Também no corredor internacional norte, em 2023 serão executados 261 milhões de euros do total de 480 milhões de euros para a modernização na linha da Beira Alta, entre Santa Comba Dão e a Guarda. Já no corredor norte-sul, serão gastos 133 milhões de euros no próximo ano em "intervenções estruturantes" nas linhas do Minho e do Norte. O custo total da obra é de 391 milhões de euros (85 milhões de euros já foram gastos em 2021 e 2022).
Ainda no bolo da ferrovia, há lugar para a modernização de "corredores complementares", com obras de modernização "em linhas como a de Sintra ou do Algarve, bem como intervenções transversais de melhoria das condições de segurança, com a eliminação de passagens de nível e instalação de sinalização eletrónica, que representam 327 milhões de euros, dos quais 153 milhões de euros [serão executados] em 2023".
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Esta melhoria na ferrovia tinha sido já referida pela Infraestruturas de Portugal aquando da apresentação da ligação a alta velocidade entre Lisboa, Porto e Vigo, e parte dela começou a ser implementada nos últimos dois anos.
Metros do Porto, Lisboa e mobilidade no Mondego
Só para a expansão das redes do metro do Porto, Lisboa e do Mondego está prevista, para 2023, uma verba de 564 milhões de euros.
Em Lisboa está já em execução o prolongamento da estação Rato (da linha Amarela) à estação Cais do Sodré (da linha Verde) com duas novas estações: Estrela e Santos. Está ainda previsto o prolongamento da linha vermelha, entre São Sebastião e Alcântara, com quatro novas estações: Amoreiras, Campo de Ourique, Infante Santo e Alcântara.
No Porto também já arrancaram as obras de expansão da rede: a linha Rosa, entre a Casa da Música e S. Bento, no Porto, e o prolongamento da linha Amarela, até Vila d'Este, em Gaia. O aumento da rede prevê ainda uma segunda linha de ligação entre Porto e Gaia, entre Casa da Música e Santo Ovídio, que obriga à construção de uma nova ponte sobre o Douro. Também o projeto metrobus entre a Boavista e a Praça do Império, está "praticamente" terminado.
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Renovação de frotas
De mãos dadas com o alargamento das redes de transporte público, está previsto também investimento "na aquisição de material circulante e frota". Nesta matéria, o documento aloca 188 milhões de euros para a compra de composições para o metro de Lisboa, do Porto, Mondego e comboios da CP.