Governo diz que filas no aeroporto de Lisboa são "embaraço" e merecem pedido de desculpa

Foto: Rita Chantre / Arquivo
O secretário de Estado das Infraestruturas garantiu, esta quarta-feira, que o Governo está a fazer um acompanhamento "muito próximo" das filas no aeroporto de Lisboa, admitindo que são um embaraço para o Governo, que espera resolvido até ao verão.
"A situação das fronteiras é um embaraço para o Governo. Não tem outro nome. Temos que ter uma atitude de humildade relativamente ao que fazemos e, neste momento, é um embaraço e a única coisa que se podia fazer era pedir desculpa", afirmou Hugo Espírito Santo, em Macau, no 50.º congresso da Associação Portuguesa de Agências de Viagens e Turismo (APAVT).
O governante disse que as causas existem, estão identificadas e que se avaliam soluções, elogiando a ajuda que a ANA - Aeroportos tem dado na situação.
As longas filas devem-de à entrada em funcionamento, em outubro, em Portugal e restantes países do espaço Schengen, do novo sistema europeu de controlo de fronteiras para cidadãos extracomunitários - Sistema de Entrada/Saída (EES) - em que as entradas e saídas de viajantes de países terceiros passam a ser registadas eletronicamente, com indicação da data, hora e posto de fronteira, substituindo os tradicionais carimbos nos passaportes.
"Nada impede" ANA de acelerar prazo de Alcochete para 2035
O secretário de Estado das Infraestruturas considerou ainda que "nada impede" a ANA - Aeroportos de Portugal de acelerar o prazo para o novo aeroporto de Lisboa, em Alcochete, apontando 2034-2035 como um prazo viável.
Hugo Espírito Santo abordou o tema depois de o presidente do Conselho de Administração ("chairman") da ANA - Aeroportos de Portugal, José Luís Arnaut, ter admitido querer antecipar o prazo, mas, ainda assim, ter lembrado que 2037 é o que está definido na proposta inicial, "como válvula de segurança".
"O (prazo) 2037 é da exclusiva responsabilidade de José Luís Arnaut [presidente da ANA]. O nosso 'timing' é 2034-2035. Nós temos esta discussão. José Luís Arnaut fez aqui o exercício de contar todos os prazos, mas se a ANA se adiantar aos prazos, ficaríamos profundamente reconhecidos e seria um sinal que a ANA está profundamente comprometida nesta parceria com o Estado de Português", afirmou Hugo Espírito Santo.
"Portanto, nada os impede de acelerar o prazo e nós do nosso lado tudo faremos o que pudermos. Mas, portanto, 2035", sublinhou o governante, respondendo a uma questão do presidente da APAVT, Pedro Costa Ferreira, que quis saber se era possível projetar todas as obras de acessibilidades e infraestrutura "ao mesmo tempo até 2037, de maneira a que o aeroporto aconteça".
Antes, o responsável da ANA tinha sublinhado que o processo é longo, lembrando que há um conjunto de requisitos legais, de procedimentos, de legislação europeia e nacional até se entrar na fase de construção. "A posição do meu acionista e a minha enquanto presidente é "está decidido [Alcochete], vamos antecipar, vamos acelerar, e vamos ter Alcochete a funcionar o mais depressa possível". Porque isso é o interesse do país", afirmou José Luís Arnaut.
Instado pelo presidente da APAVT várias vezes para definir uma data provável, o "chairman" da ANA disse não se querer comprometer. No entanto, voltou a acrescentar que "há uma vontade muito grande", até porque o interesse da ANA "é igual ao Governo e do setor do turismo", de "tentar encurtar o mais possível os passos que podem ser encurtados (...) de forma a começar a obra o mais depressa possível".
