Governo e 'troika' estão muito perto de chegar a um acordo sobre o pacote de medidas que Portugal terá de aplicar para receber o apoio internacional, revelou o porta-voz do comissário europeu dos Assuntos Económicos, esta terça-feira.
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"Estamos cada vez mais perto de um acordo técnico e mantemos um diálogo construtivo também com os partidos políticos", disse à Agência Lusa Amadeu Altafaj Tardio, que já se encontra em Lisboa.
Por outro lado, o porta-voz do comissário europeu Olli Rehn negou quaisquer tipos de divergências entre os membros da 'troika' sobre as condições da ajuda a Portugal, assim como qualquer atraso no calendário das negociações.
"As discussões estão a decorrer e estamos a fazer um bom progresso e cada vez mais perto de um acordo", insistiu Altafaj Tardio.
O porta-voz chegou a Lisboa na segunda-feira e deverá coordenar a conferência de imprensa dos três chefes de missão da 'troika' que irá apresentar o resultado das negociações.
A presença de Altafaj Tardio na capital portuguesa é uma "indicação forte" em como a apresentação das medidas adicionais de austeridade e de reformas estruturais está para breve, segundo fontes comunitárias.
De acordo com fontes comunitárias, os especialistas da 'troika' estão na recta final das conversações e o "acordo técnico" que sair destas negociações terá em seguida de receber um aval político, tanto do Governo e dos partidos políticos da oposição como dos restantes parceiros de Portugal da Zona Euro.
A 'troika' composta pelo Fundo Monetário Internacional (FMI), Banco Central Europeu (BCE) e Comissão Europeia (CE) iniciou há duas semanas as negociações com os responsáveis portugueses para delinear um plano de ajuda financeira a Portugal, após o pedido feito pelo primeiro-ministro demissionário, José Sócrates, a 6 de Abril.
A equipa liderada por Juergen Kroeger (Comissão Europeia), Rasmus Rueffer (BCE) e Poul Thomsen (FMI) está a realizar encontros com várias entidades, de modo a estabelecer os compromissos que Portugal terá de assumir para, em troca, receber a ajuda financeira.
Quando houver acordo, será redigido um memorando de entendimento, que será enviado para Bruxelas e terá de ser aprovado pelos ministros das Finanças da Zona Euro numa reunião que estes vão ter em 16 de Maio próximo.