O Governo decidiu vender 100% da CP Carga, empresa detida a 100% pela CP - Comboios de Portugal que se dedica ao transporte de mercadorias e de bens, à MSC- Operadores Ferroviários.
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Em comunicado, o Governo refere "o maior mérito destacado da respetiva proposta final, em especial no que diz respeito à qualidade e credibilidade do projeto estratégico apresentado", bem como "o valor inerente à proposta financeira global".
À fase de negociações para a privatização da CP Carga tinham passado três dos quatro candidatos à privatização da CP Carga - Atena Equity Partners SCR, S.A., Cofihold Sociedade Gestora de Participações Sociais, S.A., e da Mediterranean Shipping Company Rail (Portugal) Operadores Ferroviários S.A.
A MSC- Operadores Ferroviários é atualmente um dos principais clientes da CP Carga.
A MSC Rail vai investir 53 milhões de euros na CP Carga, recebendo da casa-mãe material circulante no valor de 110 milhões de euros.
Segundo o secretário de Estado dos Transportes, a empresa assumiu compromisso de capitalizar a CP Carga em 51 milhões e ofereceu dois milhões pelas ações, tendo apresentado a melhor proposta financeira, face à da Atena Equity Partners, no valor de 45,5 milhões de euros, e da Cofihold de 30 milhões de euros.
Na conferência de imprensa, Sérgio Monteiro destacou que a MSC Rail assumiu o compromisso de não fazer uma revisão unilateral dos preços a praticar aos clientes, isto é, "procurará chegar a um acordo de revisão de preços que salvaguarda a preocupação dos clientes e do Estado que quer estimular o transporte ferroviário quer de mercadorias quer de passageiros".
Sérgio Monteiro referiu ainda "um conjunto de matérias nomeadamente de assunção de dívidas que foram contempladas na proposta da MSC", referindo o pagamento de dívidas a entidades públicas [CP e Infraestruturas de Portugal], à conversão de dívida comercial e o número de locomotivas que precisam de ser transferidos.
A proposta prevê a transferência de um universo de vagões e de locomotivas de cerca de 110 milhões de euros e o aluguer de locomotivas no valor de 16 milhões de euros, precisou o governante.
A MSC Rail assume ainda na sua proposta "um compromisso de estabilidade laboral", disse o governante, acrescentando que o número de postos de trabalho deverá aumentar, tendo em conta o aumento da competitividade da empresa em mãos privadas.
Segundo Sérgio Monteiro, o acordo de venda direta entre a CP e a MSC deverá ser formalizada ainda durante o mês de agosto, tendo depois de obter todas as autorizações necessárias, sendo a mais importante a da Autoridade da Concorrência.