Profissionais preferem manter subsídios, lamentam hoteleiros.
Corpo do artigo
Em fevereiro de 2020, a associação de hotelaria e restauração AHRESP indicava que o setor precisava de 40 mil profissionais. Cerca de 18 meses depois, a realidade é outra. Desde maio que a hotelaria tem anunciado a abertura de vagas, mas tem tido dificuldades em preenchê-las.
"Para o arranque das operações e da época alta, tínhamos perspetiva de contratar entre 150 e 200 pessoas. Nesta fase, já contratámos cerca de 130 colaboradores e, apesar de ainda estarmos em fase de seleção, a contratação de mais elementos vai depender muito da evolução da situação pandémica e, consequentemente, da procura turística", diz Gonçalo Rebelo de Almeida, administrador da Vila Galé.
O gestor não esconde que "notamos que o processo de recrutamento tem sido difícil, com evidente falta de candidatos para áreas como restauração, bar, cozinha e serviços de limpeza".
Menos de 100 mil pessoas
Os dados do Instituto Nacional de Estatística, relativos ao 1.º trimestre, mostram que as atividades do alojamento e restauração empregavam 221,4 mil pessoas, menos 101,3 mil que no 1.º trimestre de 2020.
Os Minor Hotels, que em Portugal têm a marca Tivoli, enfrentam o mesmo problema. "Temos tido muitos desafios no processo de recrutamento. Muitos trabalhadores não querem agarrar as oportunidades. Mesmo tratando-se de funções para as quais são perfeitamente qualificados e cujas propostas salariais estão substancialmente acima do que estão a auferir da Segurança Social, preferem permanecer ao abrigo do subsídio de desemprego, enquanto lhes é permitido", conta Miguel Garcia, dos Minor Hotels.