Hoteleiros dizem que subida do IVA terá impactos negativos na procura turística e no consumo

"Uma alteração de preço, por pequena que seja, que poderá ocorrer por um aumento de taxas do IVA, de que se tem muito falado, cenário que está a ser discutido neste momento, pode atirar-nos para fora do mercado", afirmou Miguel Júdice, na abertura do 23º congresso nacional da AHP, que decorre na Figueira da Foz.

Um aumento de preço "não terá apenas impacto ao nível das dormidas", explicou, acrescentando que "esse é um impacto directo mas nós não vivemos só de impactos directos, terá um impacto em todo o consumo".

Miguel Júdice considerou o preço como "o factor mais determinante" na procura turística por parte dos consumidores, os quais tem à disposição "uma vasta oferta de opções de destinos" num cenário de competitividade "cada vez mais aberta", disse.

"A elasticidade da procura é extremamente forte, o consumidor decide em casa, de forma racional, após longa e exaustiva pesquisa na Internet", sustentou o responsável da AHP perante cerca de 300 congressistas, que debatem, hoje e terça feira, a necessidade de uma evolução ou revolução no sector turístico nacional.

Presente na sessão de abertura, a secretária de Estado do Turismo, Cecília Meireles, disse ter ouvido "com atenção" o alerta da AHP sobre a eventual subida de taxas do IVA.

"Sigo este assunto com atenção, espero que compreendam que, neste momento, é tudo quanto vos posso dizer", afirmou.

Apesar de assumir que o preço é "um factor importante", a governante apelou aos congressistas para que façam uma reflexão sobre outras vantagens do sector turístico nacional.

"Podemos competir pelo preço e certamente somos competitivos, mas temos também de apostar noutras vantagens comparativas. Quem vê este filme [de promoção turística de Portugal, exibido no início do congresso], quem conhece os nossos hotéis e restaurantes, sabe que temos muitas matérias em que somos competitivos", disse.