Os inspetores da ASAE vão manifestar-se a 21 de março, em Lisboa, devido à "desmotivação altíssima" provocada pelos cortes nos salários, falta de efetivos e de um estatuto profissional.
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Além da manifestação de 21 de março, a Associação Sindical dos Funcionários da Autoridade de Segurança Alimentar e Económica (ASF-ASAE) também vai participar, a 6 de março, no protesto promovido pela Comissão Coordenadora Permanente (CCP) dos Sindicatos e Associações dos Profissionais das Forças e Serviços de Segurança.
O presidente do sindicato que representa os inspetores da ASAE, Albuquerque do Amaral, disse à agência Lusa que vão estar presentes na manifestação da CCP de 6 de março porque fazem parte da estrutura.
No entanto, decidiram realizar um protesto sozinhos para que as reivindicações e preocupações dos inspetores da ASAE sejam mais divulgadas, tendo em conta que na manifestação da CCP quem tem mais visibilidade é a PSP e a GNR devido ao maior número de elementos.
Segundo a ASF-ASAE, o sindicato representa 200 associados dos cerca de 250 inspetores da ASAE.
Numa nota, o sindicato fala numa "desmotivação altíssima" e "enorme descontentamento", sublinhando que a tutela "refugia-se sempre em inconvenientes hipotéticos, procurando a todo o custo manter um organismos onde a equidade interna é inexistente e extremamente injusta para os seus funcionários, mas não se escusando em lhes pedir sempre mais produtividade".
A ASF-ASAE critica também os cortes salariais, que resultaram na "perda de rendimentos que chegam a ultrapassar os 250 euros mensais". De acordo com o sindicato, há inspetores-adjuntos que estão a ganhar atualmente 750 euros mensais, depois de feitos todos os cortes.
Outro dos motivos do descontentamento é a ausência de um estatuto profissional, documento que os inspetores reclamam desde 2006, quando foi criada a ASAE.
Albuquerque do Amaral disse à Lusa que a "ASAE é o único órgão de polícia criminal que não possui um estatuto próprio".
O sindicato contesta ainda a "atroz falta de efetivos", considerando que os inspetores "têm tido uma permanente preocupação com a saúde pública dos portugueses e a salvaguarda dos seus direitos enquanto consumidores", apesar da "degradação efetiva das condições de trabalho".