Joaquim Goes renunciou às funções de administrador não executivo do Conselho de Administração da Portugal Telecom depois de ter sido afastado do BES pelo Banco de Portugal, divulgou a Comissão do Mercado de Valores Mobiliários.
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Em comunicado, a Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) refere que Joaquim Goes "renunciou a 30 de julho ao respetivo cargo de membro não executivo do Conselho de Administração da PT".
Já esta segunda-feira à tarde, a CMVM divulgou que Joaquim Goes renunciou ao cargo de administrador não executivo da BES Vida, a Companhia de Seguros do Banco Espírito Santo, uma decisão com "efeitos a partir da presente data".
Na passada quinta-feira, o Banco de Portugal (BdP) suspendeu "com efeitos imediatos" os administradores do BES responsáveis pela auditoria, 'compliance' e gestão do risco devido aos "indícios da prática de atos prejudiciais aos interesses do BES".
Em comunicado, o supervisor e regulador bancário referiu, na noite da apresentação dos resultados do BES, que, independentemente dos resultados que saiam da auditoria forense que já está em curso no BES para apurar responsabilidades, "os indícios da prática de atos prejudiciais aos interesses do BES e em violação das determinações emitidas não são compatíveis com a manutenção em funções dos titulares dos órgãos de administração com os pelouros de auditoria, 'compliance' e gestão de riscos, bem como dos titulares do órgão de fiscalização".
Assim, o Banco de Portugal deliberou a suspensão "com efeitos imediatos" destes gestores.
Joaquim Goes era responsável pela área de risco, António Souto pelo departamento de 'compliance' e Rui Silveira pelo departamento de auditoria e inspeção.
O BES, tal como era conhecido, acabou este fim de semana depois de o Banco de Portugal (BdP) ter anunciado a sua separação num 'banco bom', denominado Novo Banco, e num 'banco mau' ('bad bank').
O Novo Banco fica com os ativos bons que pertenciam ao BES, como depósitos e créditos bons, e recebe uma capitalização de 4900 milhões de euros enquanto o 'bad bank' ficará com os ativos tóxicos.
O Novo Banco será liderado por Vítor Bento, que substituiu o líder histórico Ricardo Salgado à frente do BES e a quem coube dar a conhecer prejuízos históricos de quase 3,6 mil milhões de euros no primeiro semestre.