Os juros da dívida soberana portuguesa estão a bater máximos históricos no mercado secundário a dois e a cinco anos, continuando o ciclo ascendente desde o corte de 'rating' de Portugal em quatro níveis pela agência de 'rating' Moody's.
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Pelas 08.40 horas, os juros exigidos pelos investidores para transaccionar títulos de dívida soberana portuguesa a dois anos negociavam, em média, nos 17,496%, acima dos 17,495% da média do dia de quinta-feira, quando registaram também um recorde desde, pelo menos, a entrada de Portugal no euro (1999).
Já o 'spread' face à dívida alemã (referencial para a Europa) nesta maturidade fixava-se nos 1592 pontos base, num novo recorde deste indicador, segundo os dados da agência de informação financeira Bloomberg.
Também a cinco anos os juros da dívida soberana estão esta manhã a bater máximos no mercado secundário.
Neste prazo, os investidores exigiam, em média, um juro de 16,578% para transaccionar os títulos soberanos do Estado português, enquanto o 'spread' face à aos títulos alemães se fixava nos 1441 pontos base.
Já a 10 anos, os juros destes títulos apresentavam uma ligeira melhoria, ao negociarem nos 12,882%, abaixo dos 12,910% de quinta-feira.
O recorde históricos dos juros associados a estes títulos aconteceu, pela média do dia, a 06 de Julho, quando a taxa se fixou nos 13,064%.
Os juros associados à dívida soberana portuguesa estão novamente sob pressão desde que, na terça-feira, a agência de notação financeira Moody's cortou a notação da dívida soberana portuguesa de longo prazo em quatro níveis, de Baa1 para Ba2, colocando-a na categoria de 'lixo' (junk).