Os juros a 10 anos da dívida pública italiana atingiram, esta terça-feira, 6,73 %, um novo recorde desde a criação do euro, noticiou a agência francesa AFP.
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As taxas de juro dos títulos de Itália a 10 anos passaram o limiar simbólico dos 6% no dia 28 de Outubro e na sexta-feira passada (em plena cimeira do G20) atingiram 6,4%, um nível considerado insuportável para o país, que tem de fazer frente a uma dívida de 1900 milhões de euros (correspondente a 120% do Produto Interno Bruto).
A Itália tem até ao final desta semana para responder às questões colocadas pelo Eurogrupo sobre as reformas que o país se comprometeu a fazer para conter a dívida soberana.
"Enviámos um questionário na semana passada e esperamos que o Governo de Itália responda a estas perguntas específicas no final desta semana", disse o comissário europeu dos Assuntos Económicos, Olli Rehn, no final da reunião do Eurogrupo em Bruxelas, na segunda-feira.
A Comissão Europeia, declarou ainda Olli Rehn, enviará hoje, ou na "quarta-feira o mais tardar", uma missão técnica a Itália para assegurar que o país toma as medidas a que se comprometeu recentemente e que visam o crescimento económico e a criação de emprego.
No final de Outubro, o primeiro-ministro de Itália, Silvio Berlusconi, chegou a um acordo com a Liga do Norte, parceira na coligação governamental, acerca das reformas económicas exigidas pela União Europeia, e que contemplavam, por exemplo, o aumento da idade de aposentação.
A Itália está no centro das atenções dos especuladores desde o verão, com os operadores no mercado a duvidarem da capacidade do governo de Berlusconi de aplicar os dois planos de austeridade, adoptados em Julho e em Setembro, e o pacote de reformas económicas prometido à União Europeia no final de Outubro.
Na segunda-feira, o porta-voz de Silvio Berlusconi negou rumores de que a demissão do chefe do governo estaria iminente, afirmando que tais alegações são "desprovidas de qualquer fundamento".