A época da lampreia no rio Minho abriu com os preços nunca vistos devido à escassez do ciclóstomo. De acordo com Augusto Porto, presidente da Associação de Pesca Profissional do rio Minho e Mar, a faina começou a 2 de janeiro, com os primeiros exemplares a serem vendidos "a 50 e 60 euros na primeira venda".
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"No rio Minho não memória de abrir a época com estes preços. No ano passado abriu com a lampreia a 35 euros", declarou aquele responsável, recordando que "já o ano passado foi um ano caro". "Começou barata e depois subiu devido à falta de lampreia e este ano, como já há alguma procura e a oferta é quase nenhuma está a estes preços", comentou, sublinhando: "Para já há muito pouca lampreia. Na semana passada que apanharam meia dúzia de exemplares, entre todos os barcos que andaram à pesca, foi muito".
Segundo Augusto Porto, as fortes chuvadas dos últimos tempos e que engrossaram o caudal dos rios, incluindo o do Minho, podem não estar a favorecer o arranque da faina. A lampreia vem do mar e é pescada quando entra na foz e sobe o rio, mas para já não está a entrar.
"Achamos que o excesso de água doce no mar pode ter influência. Faz com que a lampreia não procure água doce no rio. Neste momento, é água doce a mais", disse o pescador, considerando que também a faina do meixão, enguia bebé cuja captura apena é permitida no Minho e costuma ser vendida "a preço de ouro", pode sair prejudicada pela situação.
"Com os meixões vai complicar. Já vamos para a terceira lua e há poucos. Este excesso de água é preocupante. Achamos que se calhar este ano não vamos ter pesca", considerou, adiantando que na abertura da época a espécie foi vendida "a 600 euros o quilo na primeira lua e na segunda andou perto dos 400".
Habitualmente, no rio Minho, há em média centena e meia de embarcações portuguesas e cerca de 60 espanholas a pescar lampreia. A faina termina a 15 de abril.