O Estado colocou, esta quarta-feira, 850 milhões de euros de dívida com maturidade a três meses, pagando uma taxa de juro média de 4,967%, 150 milhões de euros abaixo do máximo indicativo estipulado.
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De acordo com o Instituto de Gestão da Tesouraria e do Crédito Público (IGCP), o incremento previsto inicialmente estava estipulado entre 750 e mil milhões de euros, com o Estado a colocar 850 milhões de euros.
"A confortável posição de liquidez da República não justificou colocação do montante máximo", afirma o Ministério das Finanças num comentário ao leilão de dívida. O ministério liderado por Teixeira dos Santos afirma ainda que esta "confortável posição" teve um "efeito positivo na taxa de juro alcançada, permitindo colocação a taxa inferior à abertura do mercado hoje em mais de 60 pontos base".
O Estado paga assim uma taxa de juro média de 4,967%, tendo a taxa de corte (última taxa de juro a que Portugal aceitou vender dívida) se fixado nos 4,999%.
O juro mais baixo oferecido a Portugal para comprar dívida no leilão desta quarta-feira foi de 4,85%.
A procura foi de 2.322 milhões de euros, para os 850 milhões colocados, ou seja, 2,7 vezes a oferta.
Com o leilão de hoje, a linha de Bilhetes do Tesouro (BT) que vence a 23 de Setembro fica agora com um saldo vivo (montante a amortizar pelo Estado quando a linha atingir a maturidade) de 2.844,3 milhões de euros.
Juro a três meses bate máximo histórico
Em comentário ao leilão, o responsável pela negociação do mercado de dívida do Banco Carregosa, Filipe Silva, destaca que a taxa paga pelo Estado "é um novo máximo histórico para um endividamento a três meses" e que o financiamento de Portugal nos mercados continua a ser feito a "taxas muito elevadas".
"A ligeira subida na procura explica-se com o facto de se tratar de uma emissão de curto prazo, para um período em que os investidores não acreditam que haja incumprimento e a rentabilidade é bastante atractiva. Do ponto de vista do Estado, é um preço muito alto, que acompanha as taxas praticadas no mercado secundário. O facto de ter colocado menos de mil milhões significa apenas que o Estado não se quis endividar, a esta taxa, num montante superior."