O coordenador do BE, Francisco Louça, afirmou, este sábado, que a manifestação da CGTP é "um momento de viragem" e que "é a hora de levantar o país" e de dizer que não se quer que a Europa seja destruída e Portugal fique empobrecido.
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"Quem aqui está sabe uma coisa de ciência certa, é que o Governo ouve mais os sussurros dos ministros alemães do que o grito das dificuldades do povo, e é por isso que é tão importante que uma população inteira, milhares de pessoas de todo o país, possam vir aqui dizer que é indispensável termos a dignidade de responder ao empobrecimento, de defender o trabalho, o emprego, de olhar para os jovens precários, para as pessoas a quem está a ser cortada a sua pensão", disse Francisco Louçã.
O líder bloquista, que falava aos jornalistas no Terreiro do Paço, junto ao Arco da Rua Augusta, considerou que a manifestação nacional da CGTP "é um momento de recuperação e de dignidade do país".
"Acho que é um momento de viragem, de seriedade, de responsabilidade, o que aqui se está a passar no Terreiro do Paço é o que falta na governação do país", defendeu.
Para Louçã, "os portugueses têm todo o direito de responder" a "quem anda de mão estendida a dizer uma coisa em Bruxelas e uma coisa diferente em Portugal".
"Se não houver esta resposta, nós amanhã estaremos como a Grécia, é por isso também um sinal de solidariedade com os trabalhadores gregos que hoje estão em greve para evitar perderem os seus salários. Hoje na Europa todos somos gregos, todos somos ameaçados como os gregos, todos os reformados sentem que lhes pode acontecer o que está a acontecer na Grécia", disse.
O líder do BE lançou críticas às medidas apresentadas pelo executivo PSD/CDS-PP, afirmando que "a economia que tem sido montada pelo Governo de Passos Coelho é uma economia de assalto, de violência, de crueldade".
Louçã considerou que "reduzir as pensões de 400 euros, tirar-lhes 100 euros, como aconteceu a tanta gente, quando prometeram na campanha eleitoral olhar para as dificuldades das pessoas, é um insulto".
Para Francisco Louçã, Portugal "não pode aceitar a continuidade de uma austeridade que destrói, de uma dívida que aumenta, de uma economia que empobrece, de pessoas que são desrespeitadas".
"É por isso que hoje, o terreiro do povo é o lugar onde a democracia do país fala pela sua República, fala por todos, fala pela dignidade de um país que dá as mãos à Grécia e diz que não podemos permitir que os oligarcas, que a pirataria financeira, destruam a nossa economia", acrescentou.
Louçã reforçou ainda que "no final" do programa de austeridade, o resultado será o do aumento da dívida.
"Os senhores da 'troika', que se passeiam por aqui como se isto fosse deles, e que mandam aos valetes de quarto que cumpram as suas ordens para reduzir pensões, salários, facilitar despedimentos, aumentar o número de dias que as pessoas trabalham, gratuitamente, só nos oferecem um resultado no fim, e está nas contas deles, mais dívida", advertiu.
"É tempo da revolta, da dignidade, da luta, da unidade, da mobilização geral, essa é a grandeza e a alegria que se sente no Terreiro do Paço", concluiu.