Mais de 121 mil pessoas trabalham a meio período, mas estão disponíveis para fazê-lo a tempo inteiro. O fenómeno de subutilização laboral é uma "forma de precariedade", diz o investigador Frederico Cantante.
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Mais de 121 mil trabalhadores estavam, entre abril e junho deste ano, numa situação de subemprego, isto é, trabalhavam a tempo parcial, mas tinham disponibilidade e queriam trabalhar a tempo inteiro. A maioria dos afetados são adultos entre os 25 e os 34 anos e mulheres, de acordo com os dados do Instituto Nacional de Estatística (INE). A subutilização da força de trabalho tem consequências para os próprios trabalhadores, como a precariedade e a pouca proteção social, e para a economia, nomeadamente a perda de produtividade e de eficiência.
Frederico Cantante, investigador do CoLABOR, laboratório colaborativo para o trabalho, emprego e proteção social, afirma que os números do subemprego em Portugal estão "estáveis". "Mas, mais do que a magnitude do fenómeno, o importante é que uma parte substancial das pessoas que trabalham a tempo parcial gostava de trabalhar mais horas ou a tempo inteiro", salienta.