As restrições à concessão de empréstimos são mais penalizadoras para as classes média e baixa, que acabam por ser obrigadas a pagar o dobro pelas rendas nas maiores cidades.
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O crédito à habitação foi utilizado para pagar, no ano passado, menos de 41% do valor das transações de imóveis em Portugal, o que significa uma quebra superior a 50% face a 2004. Na altura, 86% das compras de casa eram feitas com recurso ao crédito, mas hoje esse cenário seria inviável. "As pessoas que conseguiram comprar casa com um crédito à habitação há 15 anos hoje não seriam elegíveis", avisa Helder Pereira, autor de uma tese de mestrado em Finanças que analisou estes valores.
Segundo o autor da "Análise e Evolução do Mercado de Crédito à Habitação", apresentada na semana passada, na Universidade Portucalense, no Porto, "atualmente, a aquisição de imóveis com recurso a crédito obriga a família a dispor de, pelo menos, 15% do valor do imóvel em capitais próprios, uma vez que os bancos não podem emprestar mais de 90% do valor da transação". Dispor de 15 mil por cada 100 mil euros de aquisição de um imóvel não é para a maioria dos portugueses, que possuem cada vez menos poupanças, de acordo com dados oficiais.
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