Última coleção de Giorgio Armani encerra Semana de Moda de Milão com homenagem ao legado do estilista
O desfile de verão 2026 da Giorgio Armani marcou o grande adeus ao icónico estilista italiano, falecido em setembro. Entre nostalgia e inovação, a passarela homenageou o seu legado e encerrou a Semana de Moda de Milão com a presença de estrelas internacionais.
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A Pinacoteca di Brera transformou-se numa celebração solene da moda italiana neste domingo, com o desfile que marcou a última coleção supervisionada por Giorgio Armani. O evento encerrou a Semana de Moda de Milão e coincidiu com a exposição "Giorgio Armani Milano, per amore", que assinala os 50 anos da grife.
Entre lanternas acesas e colunas neoclássicas, modelos de várias gerações desfilaram os códigos eternizados pelo estilista: alfaiataria relaxada, azul-marinho, vestidos de festa com brilho e um diálogo subtil com a indumentária asiática, visível nos cintos com franjas e nos blazers sem lapela.
A música ao vivo do pianista Ludovico Einaudi conferiu um tom solene e intimista à noite, enquanto cada passo na passarela parecia homenagear a presença de Armani.
Presenças icónicas
Modelos de diferentes gerações da era Armani, começando por Mark Wanderloo, que abriu o desfile, apresentaram a extensa coleção, que funcionou como uma retrospetiva da carreira do estilista. Destaque ainda para a presença do modelo português Kiko Henriques na passarela.
Fotos: Matteo Corner/EPA
Cada peça evocava o legado de Armani sem recorrer a reproduções literais do passado, combinando tradição e inovação. Blazers estruturados dos anos 80 surgiam em versões suaves, enquanto os fatos femininos que marcaram as décadas de 70 e 80 conviviam com elementos de streetwear e influências multiculturais, como calças de gancho baixo, camisaria e blazers sem gola.
A coleção, intitulada "Pantelleria, Milão", utilizou uma paleta que ia do cinza ao verde-escuro, refletindo locais significativos na vida do estilista. Agnese Zogla, modelo favorita de Armani, encerrou o desfile, enquanto a sobrinha do estilista, Silvana, e o parceiro de negócios, Leo Dell"Orco, receberam aplausos calorosos da plateia.
Foto: Stefano Rellandini/AFP
Entre os convidados, Richard Gere, de 75 anos, assistiu ao desfile acompanhado da mulher, Alejandra Silva, de 42. O ator Gere mantém uma ligação especial à marca, desde que vestiu Armani em "Gigolô Americano" (1980), colaboração que catapultou a carreira do estilista e consolidou a reputação da grife no cinema e na moda.
Foto: Stefano Rellandini / AFP
Ainda na primeira fila, outras estrelas internacionais, como Cate Blanchett, Glenn Close, Lauren Huttonn, Spike Lee, Anna Wintour e Eiza González, fizeram-se notar, reafirmando a ligação à marca e ao seu fundador..
Na Pinacoteca, as peças mais icónicas de Armani conviviam com obras-primas históricas do museu, num diálogo entre arte e moda que reforçou a influência permanente do designer. A atmosfera era de reverência e emoção, e cada detalhe da produção transmitia a presença de Armani, mesmo após a sua morte.
O desfile foi mais do que um espetáculo: tornou-se um tributo ao homem que redefiniu a alfaiataria, deixou um legado inquestionável na moda mundial e consolidou a Giorgio Armani como uma das marcas mais icónicas.