Já não restam dúvidas de que a mobilidade está em transformação e é um processo imparável, disse Miguel Eiras Antunes, responsável pela área de mobilidade de futuro e smart cities da Deloitte, num debate do Lisbon Mobi Summit.
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E apontou alguns dados que permitem antever a revolução: em 83% das cidades, o congestionamento de trânsito piorou e o transporte por via de autocarro está a aumentar quatro vezes. Associada a este realidade, Miguel Eiras Antunes referiu estimativas da Deloitte, segundo as quais só 10% das pessoas terão carro próprio em 2050. Isto alinha com outra estimativa que aponta para que 80% dos quilómetros percorridos em 2040 sejam feitos em mobilidade partilhada.
O que falta fazer em Portugal? Miguel Eiras Antunes considera que, apesar de termos muito boas empresas e estarmos a atrair empresas estrangeiras, ainda há muito por fazer. Por exemplo, eletrificar a rodovia, aumentar a circulação de veículos elétricos, mas, sobretudo, apostar em serviços multimodais e multimunicipais de transportes.
Outra questão central para a Deloitte é o financiamento desta revolução na mobilidade. Porque as receitas do Estado tenderão a reduzir com a mobilidade elétrica e autónoma, pela queda dos impostos petrolíferos e das multas por infrações ao código da estrada. "É preciso dinheiro para pagar isto tudo", considera.
Miguel Eiras Antunes referiu um estudo nos Estados Unidos, que prevê até 2040 uma quebra de 30% nas receitas derivadas dos impostos dos transportes.