Cerca de mil taxistas estão concentrados, esta segunda-feira de manhã, no Parque das Nações, em Lisboa, para seguirem numa marcha lenta de protesto até à residência oficial do primeiro-ministro, segundo a organização.
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O presidente da Associação Nacional dos Transportadores em Automóveis Ligeiros (ANTRAL), Florêncio de Almeida, adiantou que perto das 10:00 estavam no local à volta de 700 profissionais, número que aumentou para mil quase uma hora depois. O responsável admitiu, porém, que a estimativa inicial de reunir duas mil viaturas não será concretizada.
Os taxistas saíram cerca das 11 horas do Parque das Nações em direção a São Bento, com uma paragem no Ministério da Saúde, na Avenida João Crisóstomo.
As duas principais razões na base do protesto são a falta de aumento das tarifas dos táxis nos últimos anos e a portaria do Ministério da Saúde que alarga os tipos de veículos com possibilidade de transporte de doentes não urgentes, até agora exclusivo das ambulâncias e dos táxis.
"Os taxistas estão unidos e isto é o início da revolta que neste momento se sente na indústria", disse à Lusa Florêncio de Almeida.
O dirigente levantou a hipótese de novas formas de luta, se o gabinete de Paulo Macedo "não revogar a portaria" de transporte de doentes.
"Se a portaria não for revogada, os taxistas da província, que são os mais afetados com esta medida, vêm em força manifestar o seu descontentamento", afirmou.
Para o responsável, as novas regras são uma "liberalização encapotada do setor".
O serviço de transporte de doentes não urgentes passou a ser permitido a veículos até nove lugares, bastando para isso ter duas placas identificadoras e o seu motorista possuir um curso de suporte básico de vida.
Os taxistas vão entregar um documento no Ministério da Saúde e seguem para São Bento, onde vão ficar estacionados, informou Florêncio de Almeida.
Uma delegação da ANTRAL irá deslocar-se à Assembleia da República, onde espera ser recebida pela comissão parlamentar dos Transportes.
Fonte da PSP disse à Lusa que o percurso irá demorar cerca de duas horas e que as vias entre o Parque das Nações e São Bento vão ser cortadas à medida que a marcha lenta for decorrendo.
A marcha começa no Parque das Nações, passando por Moscavide, Aeroporto, Areeiro, Avenida da República, Saldanha, Marquês de Pombal, Rato e São Bento, terminando à porta da residência oficial do Primeiro-Ministro.
"Estas medidas foram tomadas para não haver interferência do trânsito [habitual] na marcha lenta", disse a mesma fonte, escusando-se a divulgar os meios da PSP envolvidos na operação.
JYF/LMP/PL.
Lusa/fim
Este texto da agência Lusa foi escrito ao abrigo do novo Acordo Ortográfico.