Ministério da Economia vai concretizar "mais de 90 medidas" até ao final do ano
O Ministério da Economia e do Emprego vai concretizar "mais de 90 medidas" que constam do Memorando de Entendimento assinado com a 'troika' internacional até ao final deste ano, disse o ministro Álvaro Santos Pereira.
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"Até ao final deste ano, o Ministério da Economia e do Emprego vai implementar mais de 90 medidas do Memorando de Entendimento da 'troika'", afirmou o ministro, durante uma audição conjunta nas Comissões Parlamentares de Orçamento, Finanças e Administração Pública e Economia e Obras Públicas.
Álvaro Santos Pereira, que respondia ao deputado do PS Rui Paulo Figueiredo, disse que o Ministério da Economia vai "cumprir todas as políticas que estão desenhadas e foram desenhadas no âmbito da ajuda externa", salientando que, além das medidas que constam do memorando, está a levar a cabo outras reformas.
Sobre a orgânica do Ministério da Economia e do Emprego, Álvaro Santos Pereira disse que é "muitíssimo provável" que se mantenha após a sua saída, porque, juntamente com a sua equipa, está a "provar que faz todo o sentido o Ministério da Economia ter os transportes, as obras públicas e as comunicações e o emprego estar com a economia".
"Este ministério faz sentido e está a provar e vai continuar a provar que existem sinergias em todas estas áreas. Não tenho dúvidas de que o modelo é certo e vai continuar a dar frutos", acrescentou.
Em resposta à deputada socialista Hortense Martins, que o questionou sobre o aumento do IVA na restauração e os impactos que esta subida terá no sector do turismo, o ministro disse tratar-se de uma medida que está englobada "no ataque ao grave défice orçamental e à diminuição da dívida pública".
"Um Governo que se preze não tem nenhum gosto especial em aumentar impostos. No entanto, as circunstâncias assim o ditam", justificou.
Na sua intervenção inicial, o ministro reiterou que, sem as reformas do Governo, as empresas públicas de transportes iriam à falência.
Álvaro Santos Pereira recordou que a dívida das empresas públicas de transportes é de "aproximadamente 17 mil milhões de euros" e que para eliminá-la cada trabalhador teria de pagar 3.360 euros.
"As empresas públicas de transportes não se conseguem financiar. É público", salientou, referindo que "algumas empresas, como a CP e o Metro de Lisboa, já pagam mais em juros do que em salários".