<p>A ministra do Trabalho e da Solidariedade Social, Helena André, considera que as opções que o Governo tomou e os motivos da greve geral de hoje, quarta-feira, cumprem um mesmo objectivo: defender o emprego.</p>
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"As opções tomadas pelo Governo destinam-se em grande parte a fazer algo que é um dos objectivos desta greve: defender o emprego. Temos a convicção que as medidas que propomos aos portugueses têm como objectivo [tal como os sindicatos] e independentemente da sua dureza -- não escondemos que são medidas muito exigentes e duras --, defender o emprego e os direitos dos trabalhadores", sublinhou a governante.
Questionada se o Governo iria tirar ilações desta greve, a ministra do Trabalho garantiu ainda que o Executivo está "sempre muito atento àquilo que são os posicionamentos das organizações sindicais".
O Governo entende também que "ultrapassar os constrangimentos do país, de termos a capacidade de criar emprego, de distribuir a riqueza de uma forma mais justa e equitativa (...) passa pela nossa capacidade em promover o crescimento económico e passa, sobretudo, pela nossa capacidade de unirmos esforços", disse.
Sobre a capacidade de unir esforços, Helena André diz que "lamentou e continua a lamentar" que as organizações empresariais e sindicais tenham deixado de querer discutir "os fundamentos de um pacto para o emprego, inserido nos desafios de médio e longo prazo. Entendemos que ultrapassar os constrangimentos tem que ser feito com diálogo e com menos contestação", sublinhou ainda.
Helena André refere que "os portugueses já compreenderam o alcance destas medidas [inseridas no Orçamento do Estado], mas também compreenderam todos que estas medidas são fundamentais para o bem colectivo, presente e futuro".
Por isso, "não podemos esperar que o Governo altere aquilo que são as suas propostas e rumo nesta matéria".
A CGTP e a UGT realizam hoje uma greve geral conjunta contra as medidas de austeridade, anunciadas pelo Governo em Setembro, que têm como objectivo consolidar as contas públicas, entre as quais os cortes de salários nos trabalhadores do Estado, o congelamento das pensões em 2011 e o aumento em dois pontos percentuais do IVA.
Esta é a segunda greve geral marcada pelas duas centrais. A primeira realizou-se há 22 anos contra o pacote laboral.