A hipótese de Portugal ter orçamentos que vigorem por um período de seis anos foi de novo defendida pelo governador do Banco de Portugal.
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Carlos Costa defendeu, ontem, no encontro de delegações de bancos centrais dos países de língua portuguesa (PALOP), que para repor a sustentabilidade das finanças públicas Portugal siga uma política "orçamental plurianual, desejavelmente por um período de seis anos", de maneira a que não se limite a uma legislatura.
"É uma ideia muito antiga", adianta João César das Neves sobre a proposta do governador. O economista e professor da Universidade Católica, explica que um dos "benefícios seria que o compromisso no PEC se estenderia a 4 ou 5 anos", mas isso "só é bom para o Governo actualmente", daqui a cinco anos os cenários poderiam ser distintos.
Um orçamento de Estado a longo prazo "faz sentido" na visão do economista e presidente do Instituto Superior de Economia e Gestão (ISEG), João Duque, mas o "difícil é pôr as pessoas a acordar nos planos a mais anos". Apesar de considerar a proposta do governador impraticável, João Duque salienta que a existência de planos orçamentais a longo prazo "seria fundamental" para dar mais confiança na hora de investir às empresas e daria aos investidores internacionais a certeza de que "muda o Governo mas não muda a política".