Bruxelas deveria cortar os fundos estruturais e de coesão aos Estados-membros da União Europeia que não consigam reduzir o défice, defenderam, esta quarta-feira, a Alemanha e a França numa carta ao presidente da UE, Herman Van Rompuy.
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"No futuro, deveriam ser suspensos os pagamentos dos fundos estruturais e de coesão aos países da zona euro que não sigam as recomendações dos procedimentos de défice excessivo", escreveram o presidente francês Nicolas Sarkozy e a chanceler alemã Angela Merkel, numa carta citada pela agência noticiosa France Presse.
Países como Portugal, a Grécia, Espanha, Itália e mesmo a Irlanda - as economias que mais têm vindo a sofrer com a crise de dívida pública na zona euro - são grandes receptores de fundos estruturais e de fundos de coesão.
Na carta a Van Rompuy, que se destina a convidar o presidente da UE a liderar um órgão de governação da zona euro, Sarkozy e Merkel defendem que a suspensão de pagamentos "deveria ser incorporada em novas regras dos fundos de coesão e dos fundos estruturais, a propor no próximo quadro financeiro plurianual".
A UE utiliza os fundos de coesão e os fundos estruturais para reduzir as disparidades económicas entre os 27 Estados-membros.
O actual orçamento comunitário - com mais de 300 mil milhões de euros - está em vigor até 2013, quando deverá ser reformulado no quadro de um novo quadro de financiamento
Os 17 países da zona euro deveriam manter os défices públicos abaixo dos 3% do Produto Interno Bruto, mas poucos têm conseguido fazê-lo, desde a crise global de 2008-2009.