Jerónimo de Sousa fez fortes críticas às declarações de Passos Coelho sobre a reposição gradual dos subsídios de férias e de Natal a partir de 2015. Para o líder do Partido Comunista Português, o primeiro-ministro está a mentir e só demonstra que "o pacto de agressão não está datado".
Corpo do artigo
O secretário-geral do PCP disse, esta quarta-feira, à agência Lusa que as declarações do primeiro-ministro sobre a reposição gradual dos subsídios demonstram que Passos "já não tem pejo nenhum em mentir" aos portugueses.
Horas antes, o primeiro-ministro afirmou à Rádio Renascença que os subsídios de férias e de Natal serão repostos gradualmente a partir de 2015, argumentando que o programa de ajuda externa a Portugal decorre até 2014 e tem uma base anual.
"Vem Passos Coelho dizer que afinal o fim do corte [dos subsídios] não é para 2013, já nem sequer para 2014, mas para 2015, e mesmo assim com um pagamento faseado, diminuído, numa demonstração clara de que este pacto de agressão não está datado", disse Jerónimo de Sousa.
O secretário geral do PCP acredita que o memorando de entendimento com a "troika" é "um instrumento que hoje o capital nacional e internacional e o Governo de direita usam e instrumentalizam contra os trabalhadores".
O líder comunista, que falava na abertura de um encontro de quadros do partido para preparar o XIX Congresso do PCP, acusou Pedro Passos Coelho de ser um governante que "já não tem pejo nenhum em mentir sobre estas questões dos conteúdos, dizendo uma coisa hoje, fazendo outra" e "demonstrando o caráter iníquo deste pacto de agressão".
Jerónimo de Sousa considerou depois que estas afirmações reforçam a ideia de que o "pacto de agressão" deve ser "levado à derrota, ao bloqueio e ao impedimento das consequências que está a trazer para os trabalhadores, para o povo e para o país".
Já sobre o XIX Congresso do PCP, que se realiza no início de dezembro deste ano, o secretário-geral comunista disse que não haverá alterações aos estatutos do partido, "a não ser nas matérias necessárias à sua conformidade, com eventuais alterações ao programa". Para o Comité Central do partido, eles correspondem às necessidades atuais", observou o líder comunista.
O secretário-geral do PCP apontou ainda o Congresso do partido como um evento "diferente" e "mais democrático" do que noutros partidos, em que as decisões não são "do chefe, nem de uma figura de proa do partido", mas do "coletivo partidário".