Pelo menos 31 pessoas foram detidas, esta quarta-feira, na sequência de confrontos entre a polícia e milhares de manifestantes na praça Syntagma, em Atenas, no dia em que o parlamento vota o plano de resgate acordado entre o Governo e os credores.
Corpo do artigo
As imagens em direto transmitidas pela televisão mostraram os confrontos entre a polícia e os manifestantes na praça Syntagma, em frente ao parlamento, em Atenas. Os manifestantes atiraram "cocktails" molotov contra as autoridade, que responderam com gás lacrimogéneo. Há pelo menos quatro feridos.
Alguns dos manifestantes que protestam, na praça Syntagma, contra a aprovação pelo parlamento do acordo com os credores internacionais que imporá mais austeridade, atiraram "cocktails molotov" à polícia, que respondeu com gás lacrimogéneo.
Concentrados em frente ao parlamento, no final de uma manifestação que reuniu na praça cerca de 12 mil pessoas contra o acordo assinado com Bruxelas na segunda-feira, dezenas de manifestantes encapuzados incendiaram partes da praça Syntagma, indicou um jornalista da agência de notícias francesa AFP no local.
"Não às privatizações, salvemos os portos, a [companhia de eletricidade nacional] DEI, os hospitais", lia-se numa faixa colocada em frente ao parlamento. "Abolição do memorando, apagamento da dívida", reclamava o Adedy, o forte sindicato da função pública.
Heleni, de 28 anos, declarou: "Estou aqui, porque o Governo não respeitou o nosso voto de 5 de julho, nem o que estamos a viver há cinco anos. Eu estudei e não consigo arranjar trabalho, apenas umas horas aqui e ali, mal pagas".
"Já não temos dinheiro, somos milhões de desempregados, não conseguimos aguentar um terceiro programa", lamentava-se Maria Dimitri, que participou no cortejo do partido comunista KKE.
O primeiro-ministro grego, Alexis Tsipras, enfureceu muita gente no seu partido antiausteridade, o Syriza, e apoiantes de esquerda ao ceder às exigências da Zona Euro para obter mais ajuda financeira para o país, que poderá atingir 86 mil milhões de euros.
Prevê-se que o parlamento grego aprove as reformas ainda esta noite, sobretudo graças aos partidos da oposição pró-europeus.