O primeiro-ministro grego reconheceu que o acordo com os credores para um terceiro resgate é um texto em que não acredita mas que assinou "para evitar um desastre no país". Bancos podem ficar fechados mais um mês.
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"Assumo as minhas responsabilidades por qualquer erro que tenha cometido, assumo a responsabilidade por um texto em que não acredito, mas que assinei para evitar um desastre no país", disse Tsipras numa entrevista concedida à televisão pública ERT.
Estas declarações do chefe do executivo grego surgem na véspera da votação crucial no parlamento sobre o acordo anunciado na segunda-feira em Bruxelas e muito mal recebido por uma parte do seu partido, o Syriza.
Tsipras fez igualmente saber que não tenciona convocar eleições gerais antecipadas pelo menos até que haja um acordo sólido com os credores.
"Não tenho razões para convocar eleições, dependerá do que se passar no meu partido, no nosso parceiro [de Governo]", sustentou, acrescentando que a sua prioridade é "conseguir um programa" e, a partir daí, terá "tempo para conflitos internos e com a oposição".
Bancos fechados um mês
O primeiro-ministro da Grécia admitiu ainda que os bancos gregos podem continuar encerrados até que o acordo com a zona euro esteja finalizado, o que poderá levar, no mínimo, um mês.
"A reabertura dos bancos depende da ratificação do acordo, que deverá acontecer no prazo de um mês", disse Alexis Tsipras na entrevista à televisão pública grega.
O chefe do executivo de Atenas disse ainda esperar que, até à ratificação do acordo, o Banco Central Europeu aumento os níveis de liquidez de emergência à banca grega.