Pires de Lima diz que se não se reduzir peso do Estado haverá novo aumento de impostos
O presidente da mesa do conselho nacional do CDS-PP, António Pires de Lima, afirmou esta quinta-feira que em 2014 se poderá assistir a um novo aumento de impostos caso o peso do Estado não seja repensado.
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Pires de Lima, que falava à margem do 1.º Fórum de Inovação e Empreendedorismo em Espinho, referiu que, dado o défice do país e a dívida acumulada, "só há duas soluções enquanto Portugal não voltar a ser um país de grande crescimento económico: Ou se reduz o peso do Estado e da forma menos gravosa possível, mais benevolente possível, ou se aumentam os impostos".
"Portanto, se esse trabalho não se fizer e se os partidos políticos, nomeadamente o Partido Socialista, o obstaculizar, o que haverá em 2014 é um novo aumento de impostos. Não há magia na economia nem nas contas públicas", alertou o também presidente da comissão executiva da Unicer.
Em relação à necessidade avançada pelo primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, no mês passado, de se cortarem quatro mil milhões de euros nas despesas do Estado, Pires de Lima sublinhou ser uma "discussão muito importante", que lamentou apenas ter surgido "tão tarde".
"Não se trata de acabar com o Estado social, trata-se de o tornar sustentável e de fazer algumas escolhas e acho que desse debate não se deve excluir ninguém independentemente das diferenças de opinião que cada pessoa e cada força política terá sobre essa matéria", disse Pires de Lima.
Na quarta-feira, o ministro das Finanças, Vítor Gaspar, afirmou em Berlim que para se garantir o Estado Social este tem de ser reformado e transformado, e que o adiar desse ajustamento só levará à acumulação de mais dívida pública.
"Temos de assegurar que o Estado Social na Europa, que nós prezamos, é sustentável. Se esse não é o caso, então a política que caracteriza a Europa hoje não poderá durar. De forma a podermos suportar o Estado Social temos de o reformar e transformá-lo de forma a assegurar as funções fundamentais do Estado Social e ao mesmo tempo torná-lo mais eficaz e mais eficiente", afirmou o governante numa conferência que decorreu no Ministério das Finanças da Alemanha, em Berlim.