Portugal é o oitavo país da União Europeia (UE) com o preço mais caro de eletricidade para consumo doméstico e o décimo no que diz respeito ao gás natural, segundo dados do Eurostat do segundo semestre de 2020.
Corpo do artigo
De acordo com os dados do gabinete estatístico europeu (Eurostat) divulgados esta segunda-feira, o preço médio (com taxas e impostos) da eletricidade no setor doméstico em Portugal no segundo semestre de 2020 (0,2259 euros por quilowatt-hora) foi o oitavo mais caro dos países da UE, sendo que em primeiro ficou a Alemanha e o mais barato foi praticado nos Países Baixos.
Já relativamente ao gás natural, o preço médio (com taxas e impostos) pago pelas famílias portuguesas foi o décimo mais caro dos países da UE (excluindo Chipre, Malta e Finlândia, que não reportaram dados), sendo que o mais caro foi praticado na Suécia e o mais barato na Hungria.
De acordo com o boletim com a comparação de preços publicado pela Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos (ERSE), com base nos dados do Eurostat, no período em análise, o preço médio da eletricidade no setor doméstico nos 27 países da UE fixou-se em 0,2256 euros/kWh, 0,2% mais barato do que o valor praticado em Portugal (0,2259).
13611269
No entanto, para os consumidores domésticos, observaram-se preços médios superiores em Espanha (0,2543) e na zona euro (0,2410), cerca de 13% e 7% acima dos de Portugal, respetivamente.
Já no segmento de consumidores não domésticos, observaram-se preços médios superiores em Espanha (0,1215), na zona euro (0,1365) e na média dos países da União Europeia (0,1284), cerca de 1,5%, 14% e 7% acima dos de Portugal (0,1197), respetivamente.
No semestre em análise, Portugal registou uma descida dos preços de eletricidade nos segmentos doméstico (-2,1%) e não-doméstico (-5,4%), face ao semestre homólogo de 2019, sendo a descida mais acentuada nos preços médios de eletricidade do segmento não-doméstico, explicou a ERSE.
Portugal tem a terceira componente de taxas e impostos mais elevada da Europa, essencialmente devido aos designados Custos de Interesse Económico Geral (CIEG), "que resultam de opções de política energética e que representam 28% do preço final", referiu a ERSE.
No segmento não-doméstico, a componente de taxas e impostos é a quinta mais elevada da União Europeia, essencialmente devido aos CIEG, que representam 29% do preço final (sem IVA).
Já no que diz respeito ao gás natural, os preços médios praticados em Portugal no segundo semestre de 2020 -- 0,0914 euros por quilowatt-hora no segmento doméstico e 0,0219 no não doméstico -- ficaram abaixo da média da UE (0,0977 e 0,0219) e da zona euro (0,1062 e 0,0235).
A única exceção surge quando se faz a comparação no setor não doméstico na Península Ibérica, em que Espanha (0,0210) registou preços médios cerca de 4,4% inferiores aos portugueses.
No período em análise, Portugal registou uma ligeira descida dos preços de gás natural no segmento doméstico (-0,1%) e uma descida acentuada destes preços no segmento não-doméstico (-24%), quando comparado com o semestre homólogo de 2019.
Segundo a ERSE, esta descida de preços deve-se, sobretudo, à redução dos preços das tarifas de acesso às redes e à diminuição dos custos de gás natural nos mercados internacionais.