O Governo português não fez nenhum pedido de flexibilização da meta para o défice de 2014, nem colocou em cima da mesa qualquer valor, mas poderá vir a fazê-lo, afirmou, esta segunda-feira, o primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho.
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O primeiro-ministro, que se reuniu com o presidente do Eurogrupo, referiu ter dito a Jeroen Dijsselbloem o mesmo que disse na Assembleia da República na sexta-feira: "Não podemos, desde já, excluir que Portugal não possa vir a necessitar de flexibilizar as metas do défice para 2014, mas faremos tudo o que está ao nosso alcance para cumprir as metas que foram agora acordadas no sétimo exame regular".
"Eu nunca coloquei valores para o défice nesta altura, isso não está em discussão. Eu quis sinalizar apenas, e quis sinalizá-lo perante as instituições europeias também, que não excluímos a possibilidade de vir a pedir uma flexibilidade adicional em matéria de défice para o próximo ano, se as circunstâncias o vierem a recomendar", acrescentou Passos Coelho.
"Não é de descartar que novos desenvolvimentos não venham a recomendar uma nova flexibilização", reforçou.
Passos Coelho não esclareceu que circunstâncias ou desenvolvimentos poderão motivar esse pedido de flexibilização da meta que foi acordada para o défice de 2014: 4% do Produto Interno Bruto (PIB).
"Isso não está em cima da mesa nesta altura. Sinalizei que, se isso tiver de acontecer, o Governo não deixará de o solicitar", reiterou.
Interrogado sobre quando é que o executivo poderá tomar essa decisão, o primeiro-ministro não indicou nenhum calendário e recusou que se faça "uma espécie de contagem dia a dia, semana a semana" sobre este assunto.
Passos Coelho insistiu que quis somente "fazer uma sinalização, que foi feita e que ficou feita" de que um pedido de flexibilização da meta para o défice de 2014 é uma possibilidade.
Na sexta-feira passada, durante o debate quinzenal, na Assembleia da República, o primeiro-ministro afirmou que "não está excluído para o Governo que não seja necessário que flexibilidade adicional venha a ser requerida para 2014".