No espaço de 12 meses, o preço médio de uma garrafa de gás butano de 13 kg, a mais comum entre as famílias portuguesas, aumentou quase 2 euros, de 24,5 para 26,4 euros, de acordo com a Deco.
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Em outubro, a Associação de Defesa do Consumidor levou a cabo uma recolha alargada de preços, em mais de 900 pontos de venda em todo o país, e concluiu que existe uma grande diferença entre o Norte e o Sul, com os distritos a sul do Tejo a registarem preços mais altos.
Dentro da mesma marca, a fatura a pagar por uma botija de gás pode oscilar entre 22 euros, em Vila Nova de Famalicão, e 29 euros, em Olhão, por exemplo. Os números da Deco mostram também que neste trimestre, face ao anterior, a botija de gás está 39 cêntimos mais cara.
Sem sair do papel está ainda o projeto-piloto para a criação de uma tarifa solidária para vender o gás de garrafa a cerca de 18 euros. A portaria foi publicada em agosto e o projeto deveria avançar ainda este ano em 10 municípios selecionados. Fonte oficial da nova Secretaria de Estado da Energia esclareceu que o projeto-piloto "encontra-se em fase de avaliação com vista à sua operacionalização futura".
Do lado das empresas, apenas a Rubis e a Repsol confirmaram ao JN/Dinheiro Vivo que já manifestaram interesse em vender gás mais barato, assumindo assim a diferença de preços que poderá oscilar entre 3,5 e 16 euros. Agora estão à espera que a Direção-Geral da Energia diga o que fazer a seguir.
Por metade em Espanha
Em Espanha, os preços da garrafa de gás são tabelados pelo Governo, mas também estão a subir. O Ministério espanhol para a Transição Ecológica ditou em setembro que uma botija de 12,5 kg de gás butano custa 14,61 euros, quase 1,5 euros mais do que em maio, mas ainda quase metade do preço por comparação com Portugal.
"Verificámos que os preços estão a subir, em virtude da subida dos preços do petróleo desde o início do ano e especialmente no último trimestre. Os preços do gás engarrafado têm um desfasamento de 4 a 6 meses face ao preço do petróleo, até chegarem ao consumidor final, por isso, é expectável que até ao final do ano ainda possa existir um aumento de preços", prevê Pedro Silva, da Deco.
A boa notícia, diz o especialista, é que "se continuar a baixa dos preços de petróleo que se tem verificado, no primeiro trimestre de 2019 poderá haver também uma quebra dos preços de gás engarrafado".