Os processos assinados pela Estradas de Portugal em seis parcerias público-privadas devem ser "investigados até ao fim" e os responsáveis terão de ser castigados, disse o presidente do Automóvel Clube de Portugal.
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"Este processo não pode morrer na praia como tantos outros. Este processo tem que ser investigado até ao fim e têm de ser castigados os responsáveis, caso se prove que fizeram gestão danosa e prejudicaram o país", afirmou Carlos Barbosa, citado pela Agência Lusa.
Os contratos paralelos assinados entre a Estradas de Portugal, as subconcessionárias e os bancos financiadores em seis parcerias público-privadas (PPP), representam um agravamento da despesa pública de 705 milhões de euros, refere uma auditoria do Tribunal de contas divulgada esta quinta-feira.
Segundo o relatório, os contratos paralelos não foram apresentados ao Tribunal nos pedidos de visto prévio.
"Estes 700 milhões que agora não aparecem devem estar num cacifo qualquer escondidos" e "é bom que se investigue até ao fim para se apurar responsabilidades", sublinhou.
Carlos Barbosa explicou que esta situação não é nova para o ACP, que efetuou uma investigação própria durante cerca de 18 meses.
"Não foi por acaso que o ACP fez uma queixa-crime contra os três ex-governantes e não foi por acaso que o ACP defendeu os consumidores e neste caso os utentes das Scuts", explicou o presidente do maior clube automóvel português.
A participação criminal foi apresentada contra os antigos ministros das Obras Públicas, Transportes e Comunicações, Mário Lino e António Mendonça, e Paulo Campos, antigo secretário de estado-adjunto.
Carlos Barbosa considerou ainda extremamente grave que esta situação esteja a afetar os que utilizam e os que não utilizam as antigas vias sem custos para o utilizador.