O presidente do Banco Espírito Santo Investimento, José Maria Ricciardi, enviou esta quinta-feira um "email" para tranquilizar os seus colaboradores quanto ao que se está a passar no Grupo Espírito Santo.
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De acordo com um funcionário citado pela Agência Lusa, o "email" de Ricciardi foi recebido cerca das 15 horas e tinha como destinatários os trabalhadores do BESI e sucursais.
O jornal "Público", que noticiou o envio deste email, escrito em inglês, destaca que o primeiro parágrafo serve para transmitir "uma mensagem de confiança e de encorajamento sobre o futuro" face às notícias "sobre a capacidade financeira da ESI (Espírito Santo International), Rioforte e ESFG (Espírito Santo Financial Group), assim como de outras empresas, e o seu potencial impacto sobre o BES e as suas subsidiárias".
O banqueiro afirma ainda, segundo o jornal, que "há atualmente uma separação clara entre os negócios do BES e os seus acionistas" e que as informações surgidas na comunicação social "sobre os pagamentos em falta são referentes a empresas da família ou por ela controladas ".
Os receios em torno da situação do GES adensaram-se nos últimos dias e penalizaram esta quinta-feira a bolsa portuguesa, que caiu mais de 4%, e também as praças europeias, sobretudo dos países periféricos, que também fecharam em terreno negativo.
Os títulos do BES foram suspensos ao final da manhã pelo regulador do mercado, a CMVM, depois de o ESFG (maior acionista do BES, com 25%) ter pedido ao início da manhã a suspensão da negociação de ações e obrigações em Lisboa e no Luxemburgo.
As dúvidas sobre a situação da Espírito Santo International e o impacto em todo o GES chegaram à imprensa internacional, com o caso em destaque em jornais como o "Financial Times" e o "Wall Street Journal".
Nos últimos dias, foi conhecido que o Banque Privée Espírito Santo, na Suíça, estava em incumprimento no reembolso a alguns clientes que tinham aplicações em dívida da Espírito Santo International (ESI).
Nesta empresa de topo do GES, que controla o ESFG (que, por sua vez, controla a área financeira, em que se inclui o banco BES e a seguradora Tranquilidade), uma auditoria detetou este ano que não foram registados 1,2 mil milhões de euros de dívidas nas contas de 2012. Além disso, a 'holding' tem capitais próprios negativos de 2,5 mil milhões de euros, ou seja, está em falência técnica.