Primeiro-ministro irlandês admite "conversas" mas nega ter pedido ou precisar de apoio financeiro
<p>O primeiro-ministro da Irlanda, Brian Cowen, admitiu hoje que existem "conversas" com os parceiros europeus para evitar riscos para os mercados, mas nega ter pedido apoio a Bruxelas e ao Fundo Monetário Internacional.</p>
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"A Irlanda não pediu apoio financeiro externo", afirmou Brian Cowen, sublinhando que o país "não precisa", acrescentando no entanto que existem negociações entre responsáveis irlandeses e Bruxelas para ver de que forma podem ser evitados riscos para os mercados.
Brian Cowen, que fala nesta altura no Parlamento irlandês, adiantou no entanto que nenhum ministro esteve presente nessas "conversas", adiantando apenas que o ministro das Finanças da Irlanda terá a oportunidade de "discutir a situação com os seus homólogos" na reunião de hoje em Bruxelas.
O líder do executivo afirmou também que nos últimos dois anos e meio o país realizou um ajustamento de 15 mil milhões de euros e que precisa de fazer novo ajustamento de 15 mil milhões de euros nos próximos quatro anos, admitindo que "é preciso dar garantias" os mercados, mas que as necessidades de financiamento da Irlanda já estão garantidas até à primeira metade de 2011.
O líder do executivo irlandês sublinhou então que as preocupações nos mercados não dizem respeito apenas à Irlanda, mas a toda a zona euro.
Para o primeiro ministro, as notícias que dão conta da necessidade da Irlanda em recorrer ao fundo europeu são "imprecisas e mal informadas".
A Bloomberg garantia hoje que Bruzelas, o FMI e a Irlanda iniciaram conversações que iriam permitir à Irlanda não ter de recorrer ao mercado durante um extenso período de tempo até que consiga consolidar as suas contas públicas.
Nos últimos dias têm surgido várias notícias e informações que dão conta de pressões de Bruxelas sobre o executivo irlandês, para que este aceite recorrer ao European Financial Stability Facility (EFSF), o fundo europeu constituído na sequencia da crise grega, para apoiar os país da zona euro em dificuldades.
veis irlandeses indicaram há algumas semanas que, devido à necessidade de recapitalizar bancos, como o Anglo Irish, o défice orçamental deverá atingir os 32 por cento em 2010, fazendo ressurgir os receios sobre a sustentabilidade das finanças públicas irlandesas.