A produção hidroelétrica nacional caiu, desde o início do ano, cerca de 80% em relação ao mesmo período de 2011.
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"A baixa produtividade não só reflete uma muito reduzida pluviosidade como também alguma prudência na exploração dos centros eletroprodutores hídricos, por forma a manter sempre em níveis confortáveis as albufeiras com maiores responsabilidades no abastecimento de águas às populações", esclareceu a fonte.
Recorde-se que a EDP explora atualmente 74 centrais hidroelétricas, entre grandes hídricas (29) e mini-hídricas, em todo o país. "Este baixo nível de produção já tinha ocorrido recentemente nos anos de 2005 e 2006, não devendo por isso ser considerado muito invulgar, mas indiciando claramente que estamos em presença de um inverno seco", acrescentou a fonte.
É o caso da barragem do Alto-Lindoso, em Ponte da Barca, onde em mais de dois dias apenas foi realizada uma descarga, estando a respetiva albufeira, segundo dados de quarta-feira, a 30,4% da capacidade máxima e a 24 metros da cota mínima de exploração.
A EDP admite que o fornecimento de eletricidade, face a esta redução na produção hidroelétrica, tem sido garantido "quer utilizando com mais intensidade as hídricas com bombagem quer através do recurso aos centros de produção térmicos, mostrando quanto é crítico manter estas tecnologias disponíveis como reserva da garantia de abastecimento de eletricidade".
Segundo dados da REN (Redes Energéticas Nacionais), desde o início do ano, na central termoelétrica de Sines a produção de eletricidade cresceu 148,4%, na central do Pego, que cresceu 308,4%, e do Pego (Ciclo Combinado), que aumentou em 112,7%.
Já a EDP admite que a ocorrência destes períodos mais secos "vem também alertar para a importância da constituição de reservas de água", nomeadamente "através da construção de novos empreendimentos hidroelétricos".
"Que possibilitarão para além das referidas reservas de água, uma melhor utilização de um recurso endógeno, atingindo-se assim uma redução da fatura energética nacional e uma redução a nível do país de emissões de CO2", defende a EDP.