A Prosegur confirmou, esta quarta-feira, que, "no rigoroso cumprimento da lei", tem "de dispensar um grupo de 60 colaboradores" no distrito do Porto, justificando esta decisão com a "perda de clientes" e garantindo que a explicou a trabalhadores e sindicato.
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O Sindicato dos Trabalhadores de Serviços de Portaria, Vigilância, Limpeza, Domésticas e Atividades Diversas (STAD) avançou à agência lusa, na terça-feira, que a Prosegur lhe tinha comunicado a intenção de realizar um despedimento coletivo na filial do Porto, que afetaria cerca de 60 trabalhadores.
Esta quarta-feira, e em resposta a pedidos de esclarecimento da Lusa, a empresa explicou que "após vários meses de tentativas de recolocação de alguns vigilantes da Prosegur no distrito do Porto originadas pela perda de clientes, tem a empresa, no rigoroso cumprimento da lei, de dispensar um grupo de 60 colaboradores".
"Esta situação foi devidamente explicada aos referidos trabalhadores e respetivo sindicato", garante a empresa.
De acordo com a mesma resposta, "a atual crise económica, que afeta Portugal e muito em particular a zona geográfica em causa, a existência de uma concorrência desleal, não denunciada e [não] fiscalizada, muito contribuem para esta situação" que a empresa tudo fará "para ser de exceção".
"Atualmente, trabalham na Prosegur mais de 7.400 colaboradores. É o 8.º maior empregador nacional, com contratos de trabalho de efetividade em cerca de 95% dos casos. A empresa conta com mais de 30 anos de atividade", acrescenta.
Hoje, a Direção da Organização da Cidade do Porto do PCP condenou esta decisão da responsabilidade da Prosegur, "que tem declarado milhões de euros de lucros anuais e que, com a cobertura das injustas decisões do governo PSD/CDS, reduziu para metade o pagamento das horas extraordinárias, reduziu o trabalho suplementar, folgas e feriados e retirou os respetivos dias compensatórios, quando não era obrigada a fazê-lo".
"O PCP denúncia esta decisão, condena este despedimento coletivo e manifesta a sua solidariedade para com os trabalhadores atingidos, que devem manter-se unidos e informados no decorrer de todo o processo", afirmam os comunistas.
O coordenador da área da segurança do sindicato, Rui Tomé, tinha explicado, na terça-feira, que "o STAD considera totalmente injusto qualquer despedimento coletivo" e "não aceita, sejam elas as razões que forem, um despedimento coletivo".
"A partir do momento em que a empresa tome esta iniciativa, o STAD convoca um plenário de trabalhadores para dar toda a informação de apoio. O plenário de trabalhadores decidirá quais as medidas a tomar face a um possível despedimento coletivo", antecipou então.