O representante legal dum grupo de clientes do BPP reafirmou que as provas em posse da CMVM, incluindo dezenas de dossiês de representados seus, vão ajudar a decidir em favor dos que reclamam ter feito depósitos e não aplicações doutro tipo.
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Luis Miguel Henriques, que representa vários clientes que asseveram ter feito aplicações em depósitos e de retorno absoluto e se dizem ludibriados pela administração de João Rendeiro, disse que "ninguém melhor que a Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) para afirmar que existem documentos que provam tratar-se de depósitos".
Além dos documentos que terão sido encontrados nas buscas realizadas em Fevereiro pelas autoridades judiciais no Banco Privado Português (BPP), com base em denúncias feitas na altura já pela CMVM, há "documentos, como e-mails trocados entre funcionários do banco e clientes, cartas, contratos e outros que constituem prova documentar e que têm vindo a ser entregues ao regulador do mercado", recordou.
A associação de defesa dos clientes do BPP vê assim, nas declarações de hoje do presidente da Comissão do Mercado de Valores Mobiliários um "reafirmar" de que têm razão e não entendem "quem e porque decidiu" que os seus depósitos não pudessem ser recuperados.
Carlos Tavares, numa audição regular hoje no Parlamento disse que "a análise detalhada dos contratos e dos seus actos preparatórios [desses contratos] aponta para a existência de casos que substancialmente poderão ser qualificados como depósitos".
Sobre as aplicações de retorno absoluto o supervisor sublinhou que as "garantias de capital e juros são juridicamente válidas", além de considerar que "muitos clientes subscreveram sem consciência completa da natureza das aplicações" e que existem "documentos que mostram que estes clientes quiseram subscrever depósitos".