O PS afirmou esta terça-feira que a evolução do PIB em 2016 "superou todas as expetativas" e que o crescimento registado no último trimestre do ano passado permite considerar "mais provável" que seja ultrapassada a meta inscrita para 2017.
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"A evolução do Produto Interno Bruto no final do ano superou todas as expectativas e foi mesmo o crescimento mais elevado dos últimos três anos", afirmou o porta-voz do PS João Galamba, em declarações aos jornalistas no parlamento a propósito dos dados hoje divulgados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE).
O Produto Interno Bruto (PIB) aumentou 1,4% em 2016, menos duas décimas do que em 2015 mas acima das mais recentes previsões do Governo e da Comissão Europeia, depois da subida de 1,9% no quarto trimestre resultado de uma melhoria da procura interna.
Para João Galamba, o crescimento de 1,9% no quarto trimestre "abre ótimas expetativas para 2017".
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"Com crescimentos homólogos desta natureza, a probabilidade de superar a meta inscrita no Orçamento do Estado [1,5%] fica mais provável", afirmou.
Na perspetiva do deputado e porta-voz socialista, se se mantiverem estes níveis de crescimento, Portugal poderá ter "crescimentos homólogos acima de 2%, o que será o melhor resultado em Portugal desde 2007".
"Ao contrário do que tem sido dito pela oposição, o crescimento não desacelerou face a 2015. Depois de uma forte desaceleração ao longo de todo o ano de 2015, o ano de 2016, em particular a partir do terceiro trimestre, teve uma total inversão da tendência", defendeu.
Confrontado com as críticas do líder do PSD, Pedro Passos Coelho, de que este crescimento se fez pela via do consumo e penalizando o investimento, o porta-voz do PS disse que esse foi o modelo do crescimento em 2014 e 2015 (anos do Governo PSD/CDS-PP liderado por Passos Coelho) mas não o de 2016.
"O doutor Pedro Passos Coelho nunca olhou para um boletim do INE", criticou.
"Ainda não conhecemos todos os dados, mas 2016 foi o primeiro ano em que o consumo privado cresceu sem deterioração de poupança, ou seja, foi um crescimento sustentável", sublinhou, defendendo que mais importante que o PIB crescer é crescer de "forma robusta e sustentável".
Sobre o investimento, João Galamba argumentou que a recuperação do investimento empresarial em 2016 "foi a maior dos últimos anos".
"A [recuperação] do investimento público foi mais lenta do que desejaríamos mas teve sobretudo a ver -- conforme confirmou ontem [segunda-feira] a Comissão Europeia - com a transição entre quadros comunitários e não tem relação com qualquer quebra de confiança", justificou.
Por estas razões, resumiu João Galamba, "ficou claro que a trajetória da política económica deste Governo é a adequada", permitindo "um crescimento económico robusto e sustentável" e demonstrou a importância da estratégia de reposição de rendimentos para um crescimento do consumo privado sem a deterioração da poupança.