O líder do PSD, Pedro Passos Coelho, anunciou hoje que o partido dará uma resposta à 'troika' até quinta-feira, esperando que haja condições para que os sociais-democratas assinem uma "carta de compromisso" relativamente à ajuda financeira externa.
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Em declarações aos jornalistas à entrada para o Centro de Congressos do Estoril, onde se vai reunir durante um almoço com o economista Nouriel Roubini, as anunciou que "entre hoje e amanhã" o PSD dará uma reposta à "troika" sublinhou que o partido não vai assinar de "cruz" um documento "bastante complexo e extenso".
"A troika saberá directamente da nossa parte qual é o nosso entendimento e a nossa resposta sobre aquele documento. Espero que haja condições para que ele mereça o apoio do PSD e a forma como será assumida será, muito provavelmente, a de um documento escrito, de uma carta de compromisso que o PSD assinará, comprometendo-se com a execução daquele quadro se for Governo", afirmou Pedro Passos Coelho.
PEC IV na origem do acordo é "pura fantasia"
"Qualquer ideia de que o PEC IV tenha estado na origem ou na base do memorando de entendimento a que se chegou [com a 'troika'] é uma pura fantasia", afirmou Pedro Passos Coelho, em declarações aos jornalistas à entrada para o Centro de Congressos do Estoril, onde vai almoçar com o economista Nouriel Roubini.
Para o presidente dos sociais-democratas, tudo o que "o primeiro-ministro andou a dizer durante muito tempo que iria acontecer" se o Programa de Estabilidade e Crescimento fosse chumbado no Parlamento e fosse necessário pedir ajuda externa "não aconteceu".
"Antes pelo contrário. Portanto, fez bem o PSD em ter chumbado o PEC IV e em ter propiciado que o pedido de ajuda fosse feito ainda sobre o limite, mas apesar de tudo a tempo, de os funcionários não verem em causa o pagamento dos seus salários", acrescentou.
Sobre a declaração de José Sócrates na terça-feira à noite, para anunciar o acordo alcançado com os responsáveis das instituições internacionais, Passos Coelho considerou "extraordinário" que o primeiro-ministro tenha feito uma comunicação "para dizer o que não era o acordo de entendimento que tinha feito com a União Europeia".
No entanto, o líder do PSD considerou "positivo" que "tudo o que era mais injusto e penalizador para as pessoas mais desfavorecidas", e que o "Governo tinha proposto no PEC IV" ficou fora do memorando de entendimento, apontando, por exemplo, o congelamento de pensões e das reformas "mais degradadas".
Defendendo que a austeridade "não deve incidir mais sobre as pessoas, mas sim sobre o Estado", o que, afirmou, "está contemplado" no acordo, Passos Coelho sublinhou ainda uma componente "muito importante" do documento: uma "reforma estrutural".