Emigrantes não estão a marcar passagens para a época de reunião familiar por excelência, na incerteza das regras que mudam a cada semana na Europa.
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Numa altura em que a pandemia praticamente anulou todas as viagens de negócios e de turismo, a visita a familiares e amigos por parte dos emigrantes na altura do Natal poderia ser um balão de oxigénio para as companhias de aviação europeia. Mas não há reservas a médio prazo nas principais companhias aéreas, que agora também planeiam as operações "semana a semana". Julho e agosto desagravaram a quebra de passageiros nos aeroportos portugueses, mas setembro tornou a ser negro e nenhuma companhia se atreve a prever o Natal.
"Os poucos passageiros que ainda viajam estão a comprar viagens com uma semana de antecedência", confidenciou fonte de uma companhia aérea europeia a operar em Portugal, que não quer ser identificada por motivos de mercado. "Com as restrições da pandemia, que mudam de uma semana para a outra e que são diferentes de país para país, também as companhias estão a programar quase semana a semana", explicou a mesma fonte.
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Última hora
A Transavia diz que "ainda é muito cedo para prever o volume das reservas para o Natal, já que a maioria é feita à última hora". A operação prevista "pode vir a ser alterada em função da evolução da situação sanitária e de decisões das autoridades francesas ou portuguesas".
A TAP adianta que "já planeou a sua operação de Natal e Ano Novo e está preparada para corresponder às necessidades de transporte dos portugueses que querem passar o seu Natal em família", mas que a época "ficará sempre muito aquém" de outros anos.
Por sua vez, a Swiss Airlines, a companhia que mais apostou no aeroporto do Porto, este ano, prevê aumentar em muito a oferta no período do Natal: de três para dez frequências semanais no Porto e de três para nove em Lisboa.
Verão morno
Após a ligeira recuperação de julho e agosto, a aviação tornou a agravar a quebra nos movimentos e nos passageiros, em setembro, nos aeroportos nacionais. De acordo com o Instituto Nacional de Estatística, em setembro registaram-se apenas 1,9 milhões de passageiros (quebra de 69% face ao homólogo do ano passado), tendo aterrado 10,8 mil aviões (recuo de 50,2%) no mesmo mês.
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Nos primeiros nove meses de 2020, os aeroportos nacionais registaram quedas de 55,9% nas aterragens e de 67,3% nos passageiros. Lisboa tem uma quebra de 67,3% de viajantes e o Porto de menos 63,3%.
Easyjet dá prejuízo pela primeira vez na sua história
A companhia aérea Easyjet declarou o primeiro prejuízo em 25 anos, devido à pandemia de covid-19. Nos 12 meses que terminaram a 30 de setembro, a companhia inglesa teve prejuízos antes de impostos de 1,4 mil milhões de euros (1273 milhões de libras), que comparam com o lucro de 479 milhões de euros (430 milhões de libras) no homólogo anterior. No período, os passageiros diminuíram 50%, para 48,1 milhões. Na incerteza, a Easyjet planeia voar a 20% da capacidade no primeiro trimestre de 2021.