Equipamento de telecomunicações, agrícola, elétrico e tecnológico, entre outros, estão na lista publicada por Moscovo referente a produtos que o mundo não poderá comprar-lhes.
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A Rússia baniu as exportações para 48 países, numa espécie de retaliação depois de ter sido sujeita ao embargo do resto do mundo, e publicou agora a lista de 200 produtos que, até ao final do ano, não poderão ser adquiridos. Segundo o comunicado assinado pelo primeiro-ministro russo, o embargo às exportações é "necessário para providenciar estabilidade ao mercado russo".
Banidos da lista de compradores estão, como seria de esperar, os países da União Europeia e ainda os Estados Unidos da América, considerados culpados de "ações inamistosas". Assim, não poderão adquirir equipamento de telecomunicações, agrícola, elétrico e tecnológico, bem como automóveis, carruagens ferroviárias, contentores e turbinas. Os principais mercados da Rússia são a China (18,9% em 2020), o Reino Unido (8,1%), a Turquia (5,9%), a Alemanha (5,9%) e os EUA (5,8%).
Grande parte do resto do Mundo baniu as compras de produtos petrolíferos e energéticos à Rússia, que compõem cerca de 52% das vendas daquele país ao exterior em valor. Em 2020, segundo a ficha de mercado feita pela AICEP, a Rússia exportou 276 mil milhões de euros e importou 88 mil milhões de dólares.
De acordo com a AICEP, Portugal fez compras à Rússia, em 2020, no valor de quase 513 milhões de euros, tendo feito exportações, por sua vez, de pouco mais de 177 milhões de euros. Entre o que adquirimos, 53,6% eram combustíveis minerais, 14,7% produtos químicos, 12,3% produtos agrícolas, 10,5% metais comuns e 3,5% madeira e cortiça. Segundo o Instituto Nacional de Estatística, a Rússia foi o 34º cliente das exportações portuguesas em 2020 (0,3%), sendo compradora de produtos agrícolas, madeira e cortiça, produtos alimentares, máquinas e aparelhos e calçado.
Dados mais recentes da Alfândega Russa, tratados pelo Observatório da Complexidade Económica, entram em mais pormenor: em novembro do ano passado, comprámos à Rússia 27 milhões de euros de óleo de colza, 160 mil euros de peixe congelado, 63,3 mil euros de impressoras industriais, 13,3 mil euros de outras máquinas de aquecimento, 11,3 mil euros em computadores, 11,4 mil euros de outros óleos de sementes e mil euros de equipamento de transmissão.