O presidente da Ryanair diz que é urgente a abertura de um aeroporto complementar no Montijo, acusando a Vinci, gestora dos aeroportos portugueses, de estar a limitar a capacidade de crescimento da companhia.
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"Lisboa pode crescer muito mais. É altura de pensar no Montijo. Queremos investir em Lisboa, mas neste momento estamos bloqueados pelo aeroporto da Portela", afirmou Michael O'Leary, responsável da companhia área de baixo custo, em conferência de imprensa, em Lisboa.
Em declarações à Lusa, Michael O'Leary adiantou que viu recusado pela Vinci o pedido para o aumento de movimentos por horas no aeroporto de Lisboa, o que, acrescentou, só pode ser interpretado com a intenção de "não querer crescer para não atingir o limite que o Governo definiu".
"O crescimento da Ryanair em Lisboa tem sido artificialmente constrangido", declarou o líder da companhia irlandesa, referindo que "há um número reduzido de movimentos por hora na Portela", que se fica pelos 40, quando em outros aeroportos similares é de 45 movimentos (aterragens e descolagens) por hora.
Michael O'Leary não tem dúvidas de que o grupo francês Vinci, gestor dos aeroportos, "quer que o tráfego permaneça abaixo dos 22 milhões de passageiros [anuais]", valor que o Governo definiu como sendo a capacidade máxima da infraestrutura.
"Montijo é a solução para aumentar a concorrência entre os dois aeroportos", defendeu ainda o presidente executivo da Ryanair, considerando que a gestão deverá ser entregue a outra empresa, para aumentar a concorrência.
O responsável já transmitiu à Vinci e ao Governo português que "o aeroporto da Portela não está a ser gerido eficientemente", adiantando que pediu ao executivo para que abra o Montijo e deixe os dois aeroportos concorrer, como acontece em outras cidades europeias, para que "Lisboa possa ser uma nova Barcelona".
A Ryanair conta atualmente com quatro bases em Portugal - Lisboa, Porto, Faro e Ponta Delgada - e tem a meta de transportar oito milhões de passageiros em 2016.