A companhia de aviação de baixo custo anunciou o primeiro acordo da empresa com um sindicato de tripulantes de cabine italiano. Mas a iminência de greve europeia mantém-se e os maiores sindicatos ficaram de fora do acordo.
Corpo do artigo
O acordo de reconhecimento dos sindicatos italianos ANPAC e ANPAV é histórico para a Ryanair, que, até agora, só aceitara negociar com sindicatos de pilotos. Porém, os sindicatos de tripulantes de cabine europeus, que anunciarão greves para o verão a partir de 30 de junho, continuam sem negociações.
"Este acordo surge no seguimento de um extensivo período de negociações com a ANPAC e a ANPAV desde dezembro de 2017, momento em que a Ryanair anunciou a sua disponibilidade para reconhecer sindicatos no âmbito de negociações colectivas"", anunciou a companhia irlandesa, em comunicado. "A Ryanair acolhe com agrado o empenho construtivo da ANPAC e da ANPAV, que conduziu à assinatura deste que é o primeiro acordo de reconhecimento sindical de tripulantes de cabine em Itália, país que conta neste momento com 80 dos mais de 400 aviões da Ryanair e representa cerca de 20% dos seus tripulantes de cabine", acrescentou.
O Sindicato Nacional Do Pessoal De Voo Da Aviação Civil (SNPVAC) reagiu com "indignação por um sindicato italiano, com um expressão mínima de representatividade, ter aceite discriminar colegas de profissão". Segundo fonte do SNPVAC, trata-se do "sindicato com menor representação em Itália e nunca fez parte do grupo de sindicatos europeus que estão a lutar pelos direitos dos tripulantes de cabine que trabalham nos aviões da Ryanair".
Na mais recente reunião dos sindicatos europeus, em Madrid, ficou decidido avançarem com os preparativos legais para, a partir de 30 de junho, serem anunciadas greves durante o verão nos diversos países onde os tripulantes de cabine exigem, em primeiro lugar, o cumprimento da legislação laboral de cada país. Tal como os congéneres de outros países, o SNPVAC acusa a Ryanair de fazer valer a legislação irlandesa, desrespeitando os direitos laborais dos trabalhadores nos países onde possuem bases, além de contar com cada vez mais trabalhadores de empresas externas (mais de 50% do pessoal a bordo dos aviões) que ainda usufruem de menos direitos.