Seis das oito empresas de transportes públicos que tiveram pré-avisos de greve estão paralisadas, disse esta quinta-feira o coordenador da FECTRANS, José Oliveira, adiantando estar a analisar a pouca adesão registada na Carris e na CP.
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"Do conjunto das oito empresas que tiveram pré-avisos de greve, seis estão praticamente paralisadas - Transtejo, Soflusa, CP Carga, SCTP, Metropolitano de Lisboa e Refer", avançou José Oliveira, da Federação dos Sindicatos dos Transportes e Comunicações, citado pela Agência Lusa.
"Algumas (empresas) - a Carris e a CP -, por razões diversas que estamos a analisar, não tiveram uma adesão tão grande como seria de esperar", acrescentou.
Sublinhando que, "no conjunto, o balanço até ao momento é positivo", José Oliveira explicou que a greve tem como objectivo fazer dois tipos de pressão.
"Um tem a ver com o plano estratégico de transportes e todas as medidas que esse plano implica para os trabalhadores destas empresas, desde redução de postos de trabalho, redução de salários, extinção dos acordos de empresas, etc", referiu.
O plano estratégico de transportes "tem também um conjunto de impactos negativos para a população, um dos quais já se verifica, que é o aumento do preço dos transportes, mas também a redução de serviços".
Confrontado com o facto de serem os utentes quem mais sofre com as greves de transportes, o coordenador da FECTRANS lembrou que "as pessoas estão a ser vítimas de um aumento brutal dos preços e é natural que muitas vezes o comportamento extravase para além daqueles a quem deviam dirigir esse descontentamento".
José Oliveira sublinhou ainda que "esta luta não é contra os utentes", mas sim contra "o roubo" que significa um aumento preço dos transportes.
"Nestes três meses, o preço aumentou mais de 26% em termos médios", concluiu.
A paralisação, que começou às zero horas desta quinta-feira, é de 24 horas em todas as empresas, com excepção do grupo Transtejo/Soflusa, onde os trabalhadores vão parar três horas por turno.