Um momento histórico é como os presidentes dos sindicatos dos bancários descrevem a reunião desta terça-feira, em Lisboa, para debater a venda do BPN e da qual resultou a primeira união daquelas estruturas representativas dos trabalhadores da Banca.
Corpo do artigo
"Da reunião resultou claramente que os sindicatos estão unidos para evitar, a todo o custo, o despedimento dos trabalhadores" do Banco Português que Negócios (BPN), no decurso do processo de privatização da instituição, afirmou à saída do encontro o presidente do Sindicato Nacional dos Quadros Técnicos dos Bancários (SNTQB), Rui Riso.
Nesta reunião, os presidentes dos sindicatos do Norte, do Centro, do Sul e Ilhas, do SNTQB e do SIB (Sindicato Independente da Banca) chegaram a acordo sobre a estratégia a adoptar, o que aconteceu hoje pela primeira vez e tornou a reunião num momento histórico.
"Os sindicatos têm percursos e identidades distintas", explicou Rui Riso, para justificar a habitual falta de consenso entre aquelas organizações.
Na segunda-feira a União Geral dos Trabalhadores (UGT) terminou uma reunião no Ministério das Finanças convicta de que pelo menos mil dos 1580 trabalhadores do BPN poderão ser integrados no novo banco, nas sociedades gestoras ou no sector.
O BPN vai ser vendido ao Banco BIC por 40 milhões de euros, num negócio que prevê que esta instituição financeira mantenha, pelo menos, 750 postos de trabalho dos 1580 existentes.
A reestruturação anunciada pelo Banco BIC para o BPN implica o encerramento de agências e o despedimento colectivo de trabalhadores, e o compromisso de a instituição liderada por Mira Amaral manter um mínimo de 750 pessoas.