O presidente do Sindicato dos Trabalhadores dos Impostos, Paulo Ralha, disse, esta quinta-feira, que há um "encerramento generalizado" dos serviços de finanças e alfândegas, no primeiro de três dias de greve para "manifestar desagrado" face às medidas do Governo.
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"O cenário, neste momento, pelas parcas informações que tenho, é de um encerramento generalizado dos serviços de finanças e alfândegas um pouco por todo o pais. O cenário que prevemos é de uma forte manifestação de vontade, apoio e unidade de todos os trabalhadores da autoridade tributária e aduaneira", declarou à agência Lusa Paulo Ralha, residente do Sindicato dos Trabalhadores dos Impostos.
O sindicalista sublinhou que estes três dias de greve são motivados pelo "o que está a acontecer à Autoridade Tributária e Aduaneira", nomeadamente o encerramento de serviços, mas também questões relacionadas com os vínculos e com a progressão na carreira dos trabalhadores dos impostos.
"Queremos ter uma palavra a dizer no encerramento dos serviços. Não admitimos que encerrem serviços, já que não são só os trabalhadores, mas tabém as populações que ficam prejudicados. Esta é uma luta que temos vindo a travar", explicou.
Em jeito de balanço, o líder sindical adiantou que estão encerrados os serviços de finanças Lisboa 1, além das repartições de Loures e de Algés, prevendo-se que por todo o país que muitos serviços "não tenham condições para abrir".
O STI, que representa 9.400 trabalhadores, convocou uma greve de três dias (hoje, sexta e segunda-feira), numa altura em que termina o prazo para o "perdão fiscal" concedido pelo Governo a particulares e empresas com dívidas fiscais e à segurança social para que as regularizem até dia 20, o que garante, à partida, "o impacto" do protesto.
Paul Ralha assumiu à Lusa que a ideia de convocar a greve para esta altura foi exatamente para mostrar "a imprescindibilidade dos trabalhadores" dos impostos, sem os quais não há "qualquer possibilidade de arrecadar receitas para o Orçamento do Estado".
O impacto será ainda maior "porque o sistema informático relativo às coimas não está a funcionar desde o início do programa" de regularização de dívidas fiscais, em princípios de novembro, sendo necessário introduzir certos dados manualmente, acrescentou.