O presidente de Chipre anunciou, este domingo, o "culminar dos esforços" com a 'troika' para alcançar um plano de resgate financeiro do país.
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Segundo fontes comunitárias citadas pela AFP, o acordo preliminar, ainda pendente de aprovação pelos ministros das finanças do Eurogrupo, prevê uma taxa de 40% sobre os depósitos de mais de 100 mil euros no Banco de Chipre, o maior do país.
"Os esforços culminaram", anunciou na rede social Twitter o presidente cipriota, que esteve reunido durante todo o dia com responsáveis da Comissão Europeia, Banco Central Europeu e Fundo Monetário Internacional.
Ainda segundo a AFP, que cita uma fonte próxima das negociações, o banco Laiki será liquidado.
Os pequenos depositantes serão poupados aos cortes, mas também aqui aqueles que têm depósitos de montante superior a 100 mil euros sofrerão perdas que, de acordo com a agência Reuters, podem implicar o congelamento de uma parte ainda incerta acima dos 100 mil euros, que será usada para abater à dívida.
O objetivo da medida, agora conhecida como "plano B", é reunir os sete mil milhões de euros que exigem a "troika" e credores internacionais para a concessão de um resgate de 10 mil milhões de euros.
De lado ficou a ideia de uma taxa sobre todos os depósitos bancários, segundo a mesma fonte.
Centenas de manifestantes cipriotas concentravam-se ao início da noite no centro de Nicosia, protestando contra os termos do plano de resgate do país.
"Vão deixar as pessoas passar fome para salvar o grande capital", reclamava a manifestante Athina Kariati, num grupo de cerca de meio milhar de membros do partido comunista Akel, concentrados à porta da Comissão Europeia.
Na mira dos manifestantes estava, em particular, a taxa prevista no plano de resgate que deverá recair sobre depósitos bancários.
"Temos de salvar a nossa economia completamente, recusar o pagamento da dívida e nacionalizar os bancos", adiantou a manifestante, citada pela AFP.
"Isto é a Terceira Guerra Mundial no campo económico e vamos opormo-nos a eles com todas as nossas forças", afirmou outra manifestante, Marina Charalambous.
O Akel, que tem 19 dos 56 lugares do parlamento cipriota, recusou assinar o acordo de resgate enquanto esteve no poder, antes da eleição do presidente Nicos Anastasiadis.
Outras propostas dos manifestantes comunistas vão no sentido da saída da zona euro e regresso da libra cipriota.
Para alguns manifestantes, é mesmo inevitável a saída da zona euro, em que Chipre entrou em 2008.