Os juros exigidos pelos investidores para deter títulos de dívida soberana portuguesa a dois anos estão hoje em máximos históricos no mercado secundário, ultrapassando pela quarta sessão os 10%.
Corpo do artigo
Às 9.04 horas, os juros exigidos para deter títulos de dívida soberana portuguesa a dois anos transaccionavam, em média, nos 10,617%, acima dos 10,492% de quarta-feira, segundo a agência de informação financeira Bloomberg.
Este é um recorde desde, pelo menos, a entrada de Portugal no euro, em 1999, e a quarta sessão em que os títulos da dívida soberana a dois anos estão acima dos 10% no mercado secundário.
Também o 'spread' face à dívida portuguesa neste prazo atingiu hoje o máximo histórico de 876,90 pontos base.
O máximo histórico na taxa média também foi hoje atingido no prazo a dez anos, com os juros a negociar, em média, nos 9,288%, enquanto o 'spread' face à dívida alemã chegava aos 596,9 pontos base.
Já os juros exigidos para deter títulos de dívida soberana portuguesa a cinco anos negociavam, em média, nos 11,129%, abaixo dos 11,134% do máximo histórico registado na quarta-feira, enquanto o 'spread' face à dívida alemã nesta maturidade atingia os 841,9 pontos base.
Os mercados continuam preocupados com a eventual reestruturação da dívida grega, depois de declarações de responsáveis alemães de que isso possa acontecer, e com o contágio da crise da dívida soberana a outros países, depois do pedido de ajuda de Portugal.
A 06 de Abril, o primeiro-ministro demissionário, José Sócrates, fez o pedido de ajuda financeira a Portugal, decorrendo neste momento as negociações com a 'troika' composta pelo Fundo Monetário Internacional, Banco Central Europeu e Comissão Europeia.