Sílvia Conde é técnica de análises clínicas há duas décadas. Trabalha no laboratório de biologia molecular - no qual se fazem as análises à Covid-19 -, do Hospital de S. João, no Porto. Um serviço sem mãos a medir, dada a carga de trabalho que lhes é pedida.
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Ao fim do mês, com horas extras, o salário líquido pode chegar aos 1100 euros, apesar de ainda estar no primeiro patamar da carreira, com o salário base de 1201 euros.
"A nossa profissão tem sido muito desprezada", afirma, sublinhando que é uma atividade que obriga a formação constante. "Tenho vários cursos na área e estou a fazer o mestrado em microbiologia molecular". Mas este investimento, que Sílvia e os colegas fazem a título individual, acaba por não ter repercussão na carreira, incluída na dos Técnicos Superiores de Diagnóstico e Terapêutica (TSDT). O único retorno é a "satisfação pessoal". "A realidade do país é assim, mas não nos devemos contentar. Tem que haver um equilíbrio".
Pragmática, classificando-se como tendo o "pé no chão", esta profissional de saúde é da opinião que não irão ser atribuídos subsídios ou prémios de desempenho para compensar o esforço dos que trabalham na área. Mas espera que o contributo agora dado traga reconhecimento a estas profissões. Que se poderia traduzir, por exemplo, na valorização da carreira e na abertura de mais concursos para a progressão. Além disso, entende que os TSDT deveriam ser mais convocados para as tomadas de decisão. São 18 profissões, sublinha, e não conseguem estar todas representadas convenientemente nas administrações das unidades de saúde.
Salário: 1 100 euros