Foram precisos sete anos sobre a conclusão do curso de Medicina, em 2010, para que a psiquiatra Zita Gameiro entrasse na carreira médica. Está no patamar mais baixo - primeiro escalão como assistente -, que se traduz num salário líquido de 1700 euros por 40 horas semanais.
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"O problema é que, como não há progressão, os colegas que entraram cinco anos antes ganham o mesmo ", explica ao JN a dirigente do Sindicato dos Médicos da Zona Sul (FNAM), que trabalha no Centro Hospitalar Barreiro Montijo. Há ainda a questão dos assistentes graduados, com 20 anos de carreira, com um contrato de 35 horas semanais, que ainda ganham menos, cerca de 1200 euros.
Apesar de considerar o salário importante, a médica sublinha que se lhe "interessasse só a questão remuneratória, não tinha assinado um contrato com o SNS". "Não é preciso sair de Portugal para ser mais bem pago", sublinha. A importância da saúde mental nesta fase da pandemia tem sido destacada pela tutela, com anúncio de planos específicos. A especialista espera que este facto contribuía para uma valorização da área da saúde mental, que considera "um bocadinho marginalizada".
Zita Gameiro lembra que a penosidade e o risco da profissão "não são de agora. Apesar de considerar que durante o estado de emergência não devem ser discutidas determinadas matérias, lamenta que a ministra Marta Temido tenha "recusado categoricamente" abordar um estatuto de penosidade e risco. E que, na semana passada, o Parlamento tenha rejeitado a proposta do PAN de um acréscimo remuneratório para os profissionais de saúde.
Salário: 1 700 Euros