A presidente do Conselho de Finanças Públicas, Teodora Cardoso, afirmou, esta segunda-feira, que "um segundo resgate seria mau" para Portugal, defendendo que é possível evoluir no "bom sentido", que seria um programa cautelar.
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"Um segundo resgate seria mau porque isso diz que não conseguimos cumprir o programa e que nem sequer estamos em condições de seguir no bom sentido, que seria a hipótese do programa cautelar, que diz que isto ainda não acabou, que o ajustamento tem de continuar", disse a economista em declarações aos jornalistas no final da audição na comissão parlamentar de Orçamento, Finanças e Administração Pública sobre o Orçamento do Estado para 2014.
Questionada sobre se considera que Portugal ainda pode escapar a um segundo resgate, a presidente do Conselho de Finanças Públicas (CFP) afirmou que "as previsões incorporadas no Orçamento e os próprios resultados que já foram atingidos levam a crer que [o país] ainda está em condições de conseguir evoluir para um programa cautelar.
Teodora Cardoso acrescentou que um programa cautelar "é feito em condições muito diferentes [de um resgate financeiro] e de uma forma mais dependente do próprio país".
Sobre uma eventual renegociação da dívida pública portuguesa, a antiga administradora do Banco de Portugal considerou que essa "é uma hipótese que não só [o país] tem condições para evitar como tem toda a vantagem em evitar".
"Um país que entra em situação de renegociação de dívida não tem - nem vai ter tão depressa - a confiança dos mercados. A renegociação pode fazer-se no mercado se retomarmos essa confiança (...) Se [os mercados] voltarem a confiar em nós, serão eles que descerão esses 'spreads' e voltaremos a ter taxas de juro aceitáveis", defendeu a presidente do CFP.