Os trabalhadores da Sociedade de Transportes Coletivos do Porto (STCP) vão voltar à greve no dia 26 em protesto contra o Orçamento do Estado para 2014, anunciou, esta quinta-feira, fonte do Sindicato Nacional dos Motoristas.
Corpo do artigo
A marcação da greve para o dia 26 foi aprovada esta manhã, no plenário que os trabalhadores realizaram na Estação de Recolha de Francos ao abrigo de um pré-aviso de greve para o período entre as 8 e as 16 horas, que deixou mais de duas centenas de autocarros parados.
Em declarações à Lusa, o dirigente sindical Jorge Costa afirmou que os sindicatos foram ainda mandatados para "legalizar novas ações de luta", designadamente mais greves, "caso seja necessário e se mantenha inalterável a proposta do OE para 2014", cuja votação está marcada para o dia 26.
Jorge Costa referiu que as organizações sindicais do setor reúnem-se na sexta-feira, em Lisboa, para fazer um balanço da quinzena de luta dos trabalhadores dos transportes e comunicações, sendo provável que outras empresas decidam também avançar com uma nova greve no dia 26.
E "se outras datas surgirem para agendamento de novas ações, estamos mandatados pelos trabalhadores [da STCP] para assim proceder e legalizar novos períodos de greve", acrescentou.
A greve de hoje na STCP teve uma adesão de entre os "80 e os 85%", adiantou Jorge Costa, referindo que a paralisação só não foi total porque os "trabalhadores que se encontram em situação precária" não a cumpriram, o que considerou ser "compreensível".
Os trabalhadores contestam no OE2014 "o corte que vai ser aplicado a partir dos 600 euros", que significará para muitos dos profissionais da STCP "uma redução salarial entre 10 a 15%", traduzindo-se numa perda de entre "100 a 150 euros por mês, o que é muito gravoso", acrescentou o sindicalista.
"Este corte nos salários, o acréscimo de incidência das taxas extraordinárias de IRS... estamos a falar de valores incomportáveis para os trabalhadores e para as suas famílias", vincou Jorge Costa.
Segundo o responsável pelo Sindicato Nacional dos Motoristas (SNM), "este Governo está a pôr os trabalhadores a passar fome para que de alguma forma a dívida seja paga e isto é indignante".
"Os trabalhadores estão revoltados e por isso mesmo estamos unidos para novas ações de protesto", garantiu.
O sindicalista entende que "o Conselho de Administração [da STCP] e a tutela têm que repensar o que estão a fazer com os trabalhadores".
No plenário desta manhã, que demorou mais de duas horas, os trabalhadores aprovaram uma moção onde exigem "uma explicação urgente à tutela sobre os planos do Governo para a empresa.
Solicitam ainda "a participação dos representantes dos trabalhadores da STCP nos planos de reestruturação em curso, para que sejam salvaguardados os direitos dos trabalhadores, assim como dos utentes da empresa".